Um outdoor em Curitiba sugere o “fim dos privilégios para deficientes”. A ação é iniciativa de um grupo que propõe, entre outras coisas, a redução de vagas exclusivas, além da extinção de cotas em empresas e concursos públicos para esse segmento da população.

Parece brincadeira mas não é (ou será?), um amigo disse “era pra tá no site sensacionalista” mas não jovem, acredite ou não é bem real, algo assim vai de encontro a tudo pelo qual batalhamos todos os dias aqui no blog, nas redes sociais, afim de mostrar as dificuldades e anseios de uma dita minoria de 45 milhões de brasileiros.

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Cego desde criança, Lucas, agradece a Deus por ser cego e não poder ver o outdoor. “Pela primeira vez na minha vida, me sinto privilegiado por ser cego e não poder ver esse outdoor. Nesse caso específico, tenho que concordar com o movimento sobre privilégios de pessoas com deficiência”. Diversos médiuns pelo país estão afirmando que o outdoor e o movimento tem grande chance de serem parte de um viral que em breve irá se revelar a favor dos direitos das pessoas com deficiência. Caso contrário, os médium alertam que Deus mandou um recado dizendo que pode ser que o fim do mundo seja adiantado.

Sim nós somos 1/3 da população e ainda assim nossos direitos não são respeitados, seja pelo governo, seja pela falta de educação das pessoas, que reclamam de suas vidas de barriga cheia, vivem tristes por que não conseguiram comprar o carro do ano com desconto, por que não passaram no concurso devido às cotas, não acharam vaga por que um deficiente ocupou, ou não poderão viajar pra búzios no fim de semana.

Não sabem o que é batalhar dia a dia por um simples movimento, o ir e vir ao trabalho, faculdade, a superar-se no esporte etc., lutar todos os dias por uma educação inclusiva de seu filho (a), ir a um show e não ter seu direito a meia entrada respeitado por que todos pagam meia, além de ter que pagar a dita “meia” pra você e acompanhante, ter que pagar taxi por não ter um serviço público de transporte de qualidade e acessível, ruas, rampas, hotéis, lojas, restaurantes, cidades inacessíveis, ter que mostrar a todos que sim é possível trabalhar, estudar, fazer sexo (sim nós fazemos) como as ditas pessoas “normais”, contanto que haja condições de igualdade para tal.

Nós não queremos tirar nada de ninguém, pedimos por EQUIDADE  e inclusão! (O conceito de isonomia consiste num “princípio que determina a igualdade de todos perante a lei”)

EU AINDA ESPERO QUE SEJA UMA PIADA, OU CAMPANHA DE MARKETING PARA O DIA 03 DE DEZEMBRO (Dia Internacional da Pessoa com Deficiência).

equidade

Veja a notícia no Portal Fórum:

campanha

Parece piada de mau gosto, mas não é. Um outdoor foi colocado no bairro Vista Alegre, em Curitiba, pedindo o “fim dos privilégios para deficientes”. A ação é iniciativa de um grupo intitulado“Movimento Pela Reforma de Direitos”, que propõe, entre outras coisas, a redução em 50% das vagas exclusivas para deficientes, além da extinção de cotas em empresas para esse segmento da população.

Os integrantes do movimento se dizem prejudicados por leis “que privilegiam uma minoria e esquecem da maioria”, segundo afirma um texto que acompanha a petição online lançada para buscar adesões para suas reivindicações. “Quem já ficou horas atrás de uma vaga para estacionar e sempre olhava para aquelas vagas de deficientes vazias sabe como isso é importante”, aponta o abaixo-assinado.

As cotas em concursos públicos, a isenção de impostos na compra de automóveis e a gratuidade em programações culturais são outros direitos que devem ser cancelados, de acordo com o grupo. A ideia gerou uma repercussão negativa entre os internautas. “Vocês podem vir a se tornar deficientes um dia, ou um irmão, ou os pais, ou os avós. Continuariam com esta mesma pobreza de espírito?”, questionou um deles ao comentar a petição.

Foto de capa: Reprodução/Banda B

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Nosso querido senador ROMÁRIO FARIA postou mais cedo em sua página:

MOVIMENTO REFORMA DE DIREITOS (8)

Desde cedo estou recebendo denúncias sobre uma página no Facebook que pede o “fim dos privilégios à pessoas com deficiência”. O movimento é tão absurdo que espero ser alguma ação de marketing em alusão ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado na próxima quinta-feira, dia 3 de dezembro.

Mas mesmo assim, fica a mensagem: discriminar ou incitar ódio à pessoa com deficiência é crime passível de multa e reclusão. Está no artigo 88 da Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão (LBI). E tem mais: se qualquer dos crimes previstos é cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza, a pena é dois a cinco anos e multa.

Agora vamos aos argumentos. É preciso muito desconhecimento para tratar as políticas afirmativas para pessoas com deficiência como “privilégio”. As conquistas da LBI e de outras legislações têm o objetivo de corrigir barreiras que foram impostas às pessoas com deficiência durante séculos de discriminação. Durante anos pessoas com todo tipo de deficiência foram segregadas, obrigadas a se confinar em casa, sem direito a estudo, trabalho, locomoção, educação, vida social. As políticas afirmativas servem para derrubar as barreiras que foram impostas até atingirmos uma sociedade plena de direitos para todos.

Veja os comentários na página absurda: