Ella Casano, de 12 anos, desenvolveu um ursinho de pelúcia que esconde bolsas de sangue, soro e medicamentos
 
O Globo
 
O ursinho Medi Teddy, invenção de Ella Casano, esconde os medicamentos Foto: Reprodução / Medi Teddy
O ursinho Medi Teddy, invenção de Ella Casano, esconde os medicamentos Foto: Reprodução / Medi Teddy
 
RIO — Ella Casano tinha 7 anos quando se viu, pela primeira vez, cercada por tubos, fios e medicamentos intravenosos. O cenário, já apavorante para qualquer adulto, não a intimidou por muito tempo. A garota teve uma ideia após ver diversas crianças em situação parecida durante suas visitas ao hospital: desenvolveu o Medi Teddy , um amigável ursinho de pelúcia que torna a experiência hospitalar um pouco mais agradável para os pequenos, escondendo bolsas de sangue, soro e medicamento injetáveis.
 
— Quando eu fiz minha primeira infusão, fiquei surpresa e ligeiramente intimidada pela quantidade de tubos e equipamentos no suporte do soro — diz Ella, que hoje tem 12 anos, no site do Medi Teddy. — Conforme fui vendo mais crianças passando pela mesma coisa, fiquei mais interessada em deixar essa experiência um pouco mais agradável para os pacientes mais jovens que passam por terapias intravenosas.
 
O ursinho Medi Teddy, invenção de Ella Casano, esconde os medicamentos Foto: Reprodução / Medi Teddy
O ursinho Medi Teddy, invenção de Ella Casano, esconde os medicamentos Foto: Reprodução / Medi Teddy
 
Ella foi diagnosticada com uma doença autoimune rara chamada púrpura trombocitopênica idiopática , condição em que anticorpos atacam as plaquetas, acentuando o risco de sangramentos intensos. Os pacientes geralmente melhoram após poucos meses, mas alguns raros casos, como o de Ella, são crônicos.
 
O número de plaquetas em pessoas saudáveis geralmente fica entre 150 mil e 450 mil por microlitro de sangue — em pacientes com púrpura trombocitopênica idiopática, a taxa geralmente fica abaixo de 20 mil. Sem tratamento, as plaquetas da menina costumam ficar abaixo de 10 mil.
 
Mais susceptível a sangramentos, Ella não pode praticar esportes ou participar de atividades físicas quanto suas taxas estão baixas. A cada oito semanas, ela precisa passar um dia internada para receber uma medicação injetável que aumenta o número de plaquetas em seu sangue. Após cada sessão, ela precisa tomar esteroides por uma semana e tem crises de enxaqueca causadas pelo remédio.
 
Em entrevista à CNN, Meg Casano , mãe de Ella, disse que o primeiro ursinho foi feito à mão pela menina, que distribuiu os primeiros protótipos no hospital, em busca de opiniões da equipe médica sobre como melhorá-los.
 
Segundo o canal de televisão americano, a família de Ella decidiu patentear, produzir e distribuir os ursinhos, feitos de um material que permite à equipe de enfermagem checar o status dos medicamentos administrados. A menina estudou planos de negócios na escola e elaborou um planejamento próprio para o Medi Teddy, que está em vias de se tornar uma organização sem fins lucrativos.
 
O ursinho Medi Teddy, invenção de Ella Casano, esconde os medicamentos Foto: Reprodução / Medi Teddy
O ursinho Medi Teddy, invenção de Ella Casano, esconde os medicamentos Foto: Reprodução / Medi Teddy
 
Ella e seus pais lançaram uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar US$ 5 mil destinados a produzir as primeiras 500 unidades do produto. Na manhã de sábado, mais de US$ 17 mil já haviam sido arrecadados. O plano é distribuir os ursinhos gratuitamente para as crianças doentes.