Com 73 anos de vida, o ator Henrique Taubaté Lisboa comemora seus 50 anos de carreira na peça “Na cama com Molière”, da COMMUNE – Coletivo Teatral. Mesmo com deficiências na audição e na visão, ele segue firme no teatro – dessa vez sob a direção do inglês John Mowat, também na faixa dos 70 anos.
O espetáculo é uma adaptação do texto “O doente imaginário”, última obra escrita por Molière. A encenação cria uma reflexão sobre a hipocondria, o medo iminente da morte, a solidão do mundo contemporâneo e outros temas comuns à obra do dramaturgo francês, como a cobiça, o egoísmo, a charlatanice e a arrogância.

 

Novo trabalho da COMMUNE – Coletivo Teatral é uma adaptação de “O Doente Imaginário”, a última peça escrita pelo dramaturgo francês Molière

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Crédito: Jamil Kubruk

Com trajetória consolidada no teatro, no cinema e na televisão, o ator Henrique Taubaté Lisboa comemora seus 50 anos de carreira no novo espetáculo da COMMUNE, a comédia “Na Cama Com Molière”, dirigida pelo encenador inglês John Mowat.  Estão previstas 30 apresentações, que acontecem no Teatro COMMUNE, entre 9 de fevereiro e 21 de abril, às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).

O texto é uma adaptação de “O Doente Imaginário”, a última peça escrita por Molière (1622-1673) e que marcou a derradeira vez que ele subiu aos palcos. O dramaturgo francês sofria de uma tuberculose em estágio avançado e morreu algumas horas depois de concluir a quarta apresentação da montagem original.

Publicada em 1673, a obra narra as peripécias de Aragão, um velho hipocondríaco que é incentivado por seu médico a testar novos tratamentos e remédios para todas as suas doenças imaginárias. Além disso, a segunda esposa de Aragão é a interesseira Beline e ele sonha casar sua filha Angélica com o filho de um amigo médico – só para ter um doutor na família.

A encenação, que acontece toda em cima de uma cama em um hospital, cria uma reflexão sobre o medo iminente da morte, a solidão do mundo contemporâneo e outros temas comuns à obra do autor, como a cobiça, o egoísmo, a charlatanice e a arrogância.  Trata-se de uma sátira bem atual sobre a poderosa indústria da medicina.

O diretor John Mowat desenvolve um teatro que comunica ideias levando em conta o aspecto visual da cena, sem deixar de criar um diálogo efetivo entre o lado cênico, o texto e as sonoridades das produções. Em suas montagens, nenhum elemento se sobrepõem ao outro. “Eu me interesso muito pelo equilíbrio entre o físico e o visual no teatro. A Commedia Dell ’Arte é algo que está sempre presente nas minhas montagens”, diz o diretor.

“A maneira como o John conduz as improvisações do teatro físico é interessante. E, para mim, do alto dos meus 73 anos, tenho que prestar muita atenção para ir juntando tudo no cérebro, para filtrar e ver como conduzo, como resolvo. Trabalhar com o John é aquilo que eu digo: o ator tem sempre as suas surpresas. Seja de onde vier a opinião, o diretor ou o espectador, o ator está sempre aprendendo”, conta Taubaté.

Para dar vida à história, o elenco escolhido foi Henrique Taubaté Lisboa, Wilma de Souza, Augusto Marin, Fabricio Garelli, Dulcinéia Dibo e Paulo Dantas. “Nós trabalhamos juntos jogando e brincando até formarmos a peça a partir destas improvisações. Não tem truques ou segredos, é apenas uma questão de bagunçar tudo”, afirma Mowat.


50 ANOS DE CARREIRA DE HENRIQUE TAUBATÉ LISBOA

Henrique Taubaté Lisboa e John Mowat no ensaio de “Na cama com Molière”
Crédito: Jamil Kubruk

“Cinquenta anos… Sendo ouvido, assistido e aplaudido. Vi, abrir e fechar muitos panos. Agora que tenho mais tempo, pra assistir, ouvir e aplaudir…. perdi minhas ferramentas de espectador (mas não as ‘ferramentas’ de Ator)! Portanto, continuo e continuarei dentro dessa caixa mágica que sempre amei! Ator não tem idade, sexo ou ‘deficiência’, o Ator está acima disso. O Ator se transforma, e é transformador”, diz Taubaté.

Henrique Taubaté Lisboa iniciou sua carreira de ator em 1968, quando fundou o Grupo de Teatro da Cidade (GTC) em Santo André, ao lado de Heleny Guariba, Sônia Guedes, Antônio Petrin, Silvia Borges, Sonia Braga e outros. Hoje, aos 72 anos, ele mantém uma vida teatral ativa, mesmo com problemas de audição e visão.

Ao longo desses anos, atuou em mais de 40 espetáculos, como “Evangelho Segundo Zebedeu” (Cezar Vieira), “O Barbeiro De Sevilha” (Beumarchais), “Jesus Homem” (Plínio Marcos), “O Mercador De Veneza” (Willian Shakespeare) e “Bixiga” (Um Musical na Contramão de Enéas C. Pereira, Edu Salemi e Ana Saggese).

Ele também participou de mais de 30 filmes, entre eles “Nasce Uma Mulher” (Dir. Roberto Santos), “A Marvada Carne” (Dir. André Klotzel), “O Príncipe”  (Dir. Ugo Giorgetti), “Os Narradores De Javé” (Dir. Eliane Caffé), “Mário” (Dir. Hermano Penna), “Família Vende Tudo” (Dir.Alan Fresnot), “Causa E Efeito” (Dir. André Marouco), e em várias novelas, seriados e programas da TV Cultura.

“Eu tenho muito orgulho de ter completado 50 anos nesta profissão e de ter vivido somente como ator. Foi exatamente isso que me deu essa felicidade de, aos 73 anos, estar nos palcos, nos tablados da vida”, comenta Taubaté.

OFICINA COM JOHN MOWAT

Além de dirigir “Na Cama Com Molière”, o diretor inglês John Mowat ministra a “Oficina de Comédia Física e Visual” no Teatro COMMUNE, entre 11 e 15 de fevereiro, das 19h às 23h. O objetivo da atividade é criar personagens e cenas a partir da linguagem física e visual, explorando e pesquisando recursos corporais e vocais.

Para se inscrever é preciso pagar uma taxa com preço promocional de R$750 até 30 de janeiro e R$850 após essa data. A matrícula pode ser parcelada no cartão de crédito (basta efetuar o pagamento no teatro todos os dias das 12h às 20h) ou feita mediante depósito na seguinte conta: Itaú – Agência 0347 – CC 33.830-3. Em seguida, é preciso enviar o comprovante de pagamento para cursos@commune.com.br.

SOBRE JOHN MOWAT

John Mowat nasceu em Londres, onde estudou escultura na Royal Academy Schools e mímica corporal com Ronal Wilson na City Literary Institute e na Escola de Jacques Lecoq. Seu trabalho com teatro começou em 1980, quando apresentou o primeiro trabalho solo.

Em 1994, foi um dos criadores da companhia londrina Oddbodies Theatre. Como ator e diretor já viajou por mais de cinquenta países apresentando uma comédia altamente visual. Dirigiu cenicamente a Orquestra Sinfônica de Londres e foi parceiro de Nola Rae e Matthew Ridout em vários espetáculos. Durante 17 anos dirigiu a Companhia do Chapitô, de Lisboa (Portugal), criando espetáculos como, “Édipo Rei”, “Macbeth”, “A Tempestade”, “Romeu e Julieta”, “Medeia”, “Tartufo”, “Jekyll and Hyde”, “Drákula”, “O Grande Criador”, entre outros. Ele também foi reconhecido pela mídia internacional como um dos principais mímicos do mundo.

SINOPSE

Inspirada na peça “O Doente Imaginário”, de Molière, a comédia se passa em um hospital e narra as peripécias de Aragão, um velho hipocondríaco que é enganado pelo seu médico, Dr. Boa Morte, que alimenta suas doenças imaginárias. Além disso, sua esposa é a interesseira Beline e ele sonha casar sua filha Angélica com o filho do Dr. Boa Morte – só para ter um médico na família.

SOBRE A COMMUNE – COLETIVO TEATRAL

Fundada em 2003, a COMMUNE – Coletivo Teatral cria espetáculos de palco e rua com base na pesquisa sobre a comicidade, o teatro popular, as máscaras da Commedia Dell Arte, a música em cena e os temas contemporâneos.

Algumas das principais produções do grupo estão “O Inspetor Geral” (2004), “A Verdadeira história de Adão e Eva” (2006), “Arlecchino” de Dario Fo (2007),  “Nem todo Ladrão vem para Roubar”de Dario Fo (2009), “O Mentiroso de Goldoni” (2010), “3 vezes A Igreja do Diabo” (2011), “A Greve das Pernas Cruzadas” (2012),  “Ton Sur Ton e Dois Pra Lá, Dois Prá Cá” de Mario Viana (2014), “Uma Roça de Verão” (2015 ), “A História do Amor da Donzela Teodora e o Valente Jeremias no Sertão de Lampião” (2015), “Anti-Comics, Descontruindo Super Heróis” de Sonia Daniel (2016), “Revisitando o Teatro de Revista – Oba!” (2016), “Histórias de Verão” (2017) e “Otelo” (2018) com direção de John Mowat.

Em 2014, o COMPRESP e Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo declarou a COMMUNE um Bem Imaterial do Município de São Paulo, ao lado de outros 22 grupos teatrais da cidade.


FICHA TÉCNICA

Texto: baseado na peça “O Doente Imaginário”, de Molière

Direção Geral e Concepção: John Mowat

Codireção e Assistentes de Criação: Augusto Marin e Wilma de Souza

Elenco: Henrique Taubaté Lisboa (Aragão), Wilma de Souza (Belinha – esposa de Aragão), Augusto Marin (Dr. Boa Morte e Cleison – Enamorado), Fabricio Garelli (Tonha – empregada), Dulcinéia Dibo (Angélica – enamorada) e Paulo Dantas (Taiguer – filho do Dr. Boa Morte)

Desenho e Operação de Luz e Som: Agnaldo Nicoletti

Cenários, Figurinos e Adereços: Nilton Araújo e Paulo Dantas

Ilustrador: Eloar Guazzelli

Designer: Rony Costa

Assessoria de Imprensa: Bruno Motta Mello e Verônica Domingues – Agência Fática

Redes Sociais: Luccas Garcia e Jussara Moreira

Fotos / Videos: Jamil Kubruk

Contrarregragem: Cyça Santos e Manoel Cabral

Tradutor: André Gama e Mariana Morena

Direção de Produção: Augusto Marin

Prod. Executiva: Luccas Garcia

Administração: Silvia Luvizotto e Tati Teixeira

Realização: COMMUNE

 

SERVIÇO

Na Cama com Molière, baseado em “O Doente Imaginário”, de Molière

Teatro COMMUNE – Rua da Consolação, 1218 (ao lado do metrô Higienópolis – Mackenzie – Linha 4 – Amarela) – Estacionamento ao lado

Temporada: 9 de fevereiro a 21 de abril, às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h (no dia 15 de fevereiro não haverá apresentação)

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)

Informações: (11) 3476-0792

Classificação: a partir de 12 anos

Duração: 80 minutos

Capacidade: 99 lugares

Gênero: Comédia

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