Quantos músicos cadeirantes você conhece? Talvez venha logo na sua memória o nome do cantor Herbert Vianna, né? Mas, como será ser cantor sobre rodas no Brasil? Quais as dificuldades de ser um músico cadeirante e como são contornadas?

Para responder essa pergunta eu resolvi entrevistar o Cristiano, que por volta dos 13 anos passou a usar a cadeira de rodas e foi  tocado pela música. Então, vejam a entrevista abaixo.

Quem é Cristiano?

Um cadeirante que ama a música, ama a família, apaixonado pela vida, pelas coisas simples.

Qual a sua deficiência? Desde quando você tem essa deficiência?

Fui diagnosticado com raquitismo hipofosfatêmico, uma deficiência que me fez quebrar quase todos os ossos do meu corpo, com 13 anos já tinha fraturado mais de 36 vezes só as pernas. Eu acredito que já nasci com a deficiência, eu cheguei a andar até meus 12 mais ou menos, mas ai o meu quadro foi se agravando a ponto de eu me tornar cadeirante com 13 anos de idade.

Como você, seus pais, familiares e amigos entenderam sua deficiência, desde então?

Graças a Deus minha família mesmo naquela época sem todos os recursos e sem saber ao certo o que realmente estava acontecendo, fez o que com certeza me fez ser a pessoa que sou hoje, pois eles sempre me deram muito carinho, muito amor, e o mais importante de tudo, me trataram como igual, e me fizeram ver e sentir isso.

Quando e como a música entrou na sua vida?

Foi exatamente no momento que eu comecei a andar de cadeira de rodas que eu fui tocado pela música, não estava sendo fácil ver meus amigos, irmãos, etc, saindo pra jogar bola, andar de bicicleta e eu em casa sem poder sair, na maioria das vezes me recuperando de fraturas ou simplesmente com medo de sair e me machucar de novo, foi aí que eu ouvi pela primeira vez a música chamada “A Via Láctea” música da banda legião urbana. A música começava já com a frase que eu sentia ter sido feita pra mim, ela dizia assim, “Quando tudo está perdido sempre existe um caminho, quando tudo está perdido sempre existe uma luz. E eu achei o caminho, achei a luz, na música.

O que a música representa para você?

Tenho certeza absoluta que se não fosse a música na minha vida eu não seria quem sou hoje, a música me fez querer viver para fazer música.

Como é ser cantor sobre rodas no Brasil?

Acredito que ser cantor hoje no Brasil pra quem não é cadeirante já é bem complicado, mas pra um cadeirante aí você pode dobrar isso, pois se nem onde era pra ter acessibilidade tem, imagina num palco, fiz vários shows onde tive que ser carregado, mas isso só me deixava mais determinado a fazer meu som e mostrar minhas músicas.

Quais seus planos para o futuro?

Meus planos são os mesmo de sempre desde que entrei na música, continuar fazendo músicas, continuar correndo atrás, trabalhando o Máximo possível para poder quem sabe um dia ser reconhecido pelo que faço.

Que mensagem você deixa para os leitores do blog?

Queria dizer o seguinte, que não importa a maneira em que subimos no palco, e sim o que teremos para mostrar a quem nos assiste.

Obrigado mais uma vez pela oportunidade que o blog e o insta @casadaptada pelo espaço.

Pra quem quiser conhecer meu trabalho minha banda se chama Projeto Ativo e minhas músicas se encontram no SPOTFY, Meu Insta é o @bilopa caso alguém queira saber mais sobre mim e meus trabalhos com música.

 

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