Hoje apresentaremos mais uma incrível história de amor, paixão de nossos leitores Eduardo e Mônica (nomes fictícios), história essa narrada pela “Mônica” que se apaixonou à primeira “escutada” , e redescobriram juntos o prazer e a relação sexual.
Antes de contar minha história, quero dizer que o blog CasAdaptada e sua conta no Instagram sempre me ajudaram muito a encontrar informações, tentar conhecer este universo totalmente novo para mim.
Bom, vamos a história,
Tudo começou em outubro de 2016, eu tinha que fazer uma palestra na faculdade e precisava de um palestrante convidado. Uma colega de turma forneceu o contato de um amigo, para outra integrante do meu grupo, porém ela não ligou, passou para mim. Eu, muito contrariada, por tem que fazer TUDO sozinha rsrsrs liguei. Depois de algumas tentativas e desencontros, enfim ele atendeu. Quando escutei a voz do Eduardo, alguma coisa, que até hoje não sei explicar aconteceu. A voz dele fez meu corpo todo tremer. Me apaixonei ali, pela voz de um homem que eu não conhecia, mas sabia ser cadeirante.
Foi um mês de conversas para alinhar a apresentação e, finalmente o grande dia tinha chegado. Eu estava tão nervosa. O Eduardo chegou em cima da hora, pois estava vindo do hospital, tinha acabado de tomar antibiótico por causa de uma infecção urinária (só soube disso, muito tempo depois). Eu o cumprimentei, fizemos a palestra, tiramos umas fotos e nos despedimos, simples assim. E ele foi embora.
Quando cheguei em casa, tinha uma mensagem dele dizendo que não queria perder o contato comigo. E…não perdemos.
Por coincidência do destino, a filha dele mora na minha região, ele mora do outro lado da cidade. Então ele começou a passar aqui, na minha casa quando ia buscá-la. Mais ou menos um mês depois da palestra nos beijamos a primeira vez.
Me apaixonei cada vez mais por ele. Eduardo mora na Zona Norte de SP e eu na Sul, de carro num dia sem transito, coisa rara por aqui, são 40 minutos, mas ele já demorou 2 horas para chegar aqui.
Desde o começo ele sempre cuidou de mim. Já atravessou a cidade a noite, num dia de chuva, só para me trazer remédio. De outra vez trouxe o inalador que eu precisava para o meu filho. Sem falar nos bombons, nos meus cremes, etc, rsrs. Ele é atento a cada detalhe que eu gosto, que me faz feliz.
No começo eu li muito sobre cadeirantes, tudo novo pra mim. E o assunto que eu mais lia era sobre sexo. Devorava o conteúdo do blog. Nós tínhamos uma relação saudável, quente, porém, nada de sexo, de forma alguma. Ele também não falava muito sobre isso. Comecei a ficar intrigada, eu queria muito fazer amor com ele, e embora nós trocássemos carinhos, amassos, era só aquilo. Cansei de pensar e comecei a agir. Comecei a fazer claramente as perguntas que eu tinha dúvida, passei a dar sugestões e indiretas de que eu queria que nossa relação ficasse mais intima. E, funcionou. Depois de quase um ano de relacionamento, tivemos nossa primeira vez. Valeu a pena cada dia que esperamos.
Como somos relativamente novos neste quesito rsrs, tive muitas dúvidas sobre como funcionava o prazer dele. A lesão dele é na torácica, portanto, a sensibilidade dele é da região do estômago para cima. O Eduardo não tem ereção, então, na minha cabeça ele não sentia prazer, só me proporcionava. Porém, como muito diálogo ele me explicou que tudo começa no cérebro, na imaginação, que ele sente muito prazer e está condicionado ao meu. Hoje, consigo perceber o prazer dele, que embora sem ereção, é semelhante ao de outro homem.
A relação sexual de um casal onde o parceiro é cadeirante desperta muita curiosidade. Então vou dizer como ocorre no nosso caso. O fato dele não ter ereção (ele não tomava medicamentos e, preferimos continuar assim) ( existem alternativas que o seu urologista pode recomendar ), não atrapalha em nada no meu prazer, pelo contrário TUDO é muito mais intenso. Usamos a criatividade, a penetração do pênis não é a única fonte de prazer , existem outras até mais intensas, e o Eduardo sabe muito bem explorar cada uma delas, é muito atento a cada detalhe que me dá prazer e, faz questão disso, me proporcionar prazer. Mas o que me dá mais prazer é o momento que nossa pele, encosta uma na outra.
Estamos juntos há 1 ano e meio, já passamos por algumas coisas, internações, cirurgias, TPMs, rsrs, altos e baixos, mas temos uma ligação tão forte que não sabemos explicar, uma sintonia unica, do tipo que, seu eu penso em ligar, ele já está ligando ou se ele passa mal na madrugada, na casa dele, eu acordo na minha. A gente se conhece pelo tom de voz, mesmo quando um tenta esconder do outro algo que está sentindo. Parece fantasia minha, mas não é.
Com ele aprendi o que é um relacionamento saudável, leve, sem frescura, a ser paciente, a olhar o mundo de uma outra forma e sinto o prazer mais intenso que já senti na minha vida. Ele é .meu companheiro de todas. as horas, .para todas as coisas. Quando o ajudei a desembarcar do carro para a cadeira, pela primeira vez, soube que o amava e que poderia fazer aquilo pelo resto da vida.
Em janeiro, aniversário dele, fiz uma tatuagem em homenagem a ele, inspirada no pingente do blog Casadaptada, que ele me deu de presente de Natal.
Sei que amores não são eternos e não sei o que o destino nos reserva, mas de uma coisa tenho certeza, este amor ficará marcado, no meu corpo, no meu coração e na minha alma pra sempre.
Muito obrigada a vocês, do CasAdaptada por abrirem este espaço e, mesmo sem saber estar presente no nosso relacionamento.
*Imagens ilustrativas do Google
Nós que agradecemos “Mônica”, pela coragem em nos escrever sua história, obrigado!