Foto: Renan Cacioli/CPB
Brasil perde nos pênaltis e fica com o vice da Copa América de futebol de 5
Legenda: Ricardinho encara a marcação de Nicolás Véliz durante a final da Copa América do Chile
 
Santiago, Chile (3/12/2017) – A Seleção Brasileira de futebol de 5 perdeu neste domingo o título da Copa América IBSA 2017, no Chile. Na final, acabou superada pela Argentina, que venceu nos pênaltis (2 a 1) após o 0 a 0 no tempo normal.
 
Pelo lado brasileiro, Bill e Marquinhos desperdiçaram as cobranças, enquanto Ricardinho converteu a sua. O goleiro Luan ainda defendeu o pênalti batido por Nicolás Véliz, mas não conseguiu evitar os gols de Silvio Velo e Max Espinillo.
 
Apesar do tropeço nos pênaltis, como não houve vencedor durante os 40 minutos de jogo, o Brasil ainda mantém uma invencibilidade de 58 partidas. A última derrota no tempo normal foi justamente para os argentinos, em maio de 2013: 2 a 1, pelo Torneio de San Luis, no México.
 
Foi o primeiro pódio sem o time número 1 do ranking mundial no lugar mais alto desde a Copa do Mundo de 2006, disputada em Buenos Aires, que teve os donos da casa como campeões. Desde então, a Seleção colecionara 24 troféus e buscava o 32º de sua história.
 
Para o técnico Fábio Vasconcelos, é hora de refletir e pensar no que é preciso melhorar para a Copa do Mundo de 2018, que se jogará em Madri, na Espanha. O Brasil venceu as duas últimas edições (Japão-2014 e Inglaterra-2010).
 
“Um dia a gente sabia que iria perder. Não quer, trabalha para evitar isso, mas acontece. É levantar a cabeça. Próximo ano, em janeiro, tem convocação, vamos começar tudo de novo, vem o Mundial. A gente não pode parar. Sei que é ruim perder, mas caímos de pé. E tem de parabenizar também a Argentina, que soube jogar e fez uma boa competição”, disse o treinador brasileiro.
 
O jogo
 
Sem poder contar com o fixo Cássio, expulso na partida anterior, diante da Colômbia, Fábio optou por Bill para compor a formação titular, que teve: Luan, Damião, Bill, Nonato e Ricardinho.
 
Do outro lado, como já se tornou habitual na Argentina, o treinador Martín Demonte abriu mão de suas peças ofensivas para montar o ferrolho. Deixou os artilheiros Nicolás Véliz e Silvio Velo, além de Lucas Rodrigues, no banco. Com Coki Padilla, Ángel Dedo e Frederico Accardi atrás, David Peralta era o único jogador na frente.
 
A estratégia era anular Ricardinho, camisa 10 do Brasil, na armação e impedir que a bola chegasse a Nonato, que fez o pivô. Com isso, os brasileiros quase não conseguiram finalizar durante a partida. Na etapa final, os atuais bicampeões sentiram o cansaço. Além de Cássio, Fábio não podia contar com Tiago Paraná, que se lesionou ainda na estreia, o que restringiu o número de atletas para ele rodar durante o duelo. Assim, os argentinos até cresceram, criaram duas boas oportunidades e levaram a decisão às penalidades, quando conseguiram ser mais eficientes nas cobranças e assegurar o título.
 
Brasil ainda sobra no confronto
 
O triunfo reduz um pouco do prejuízo argentino no retrospecto diante de seu rival, mas o Brasil ainda sobra contra os “hermanos”, seus oponentes mais fortes na modalidade.
 
Em 17 finais no formato mata-mata entre as equipes, o selecionado canarinho levou a melhor em 14. Perdeu apenas três: além desta Copa América, foi vice na edição de 2005, disputada em São Paulo, e do já citado Mundial de Buenos Aires, em 2006.
 
Ao todo, os vizinhos sul-americanos se enfrentaram 47 vezes. Houve 23 vitórias brasileiras, 19 empates e cinco vitórias argentinas. Marcamos 49 gols e sofremos 17.
 
As campanhas
 
Em Santiago, os brasileiros colecionaram três vitórias – Peru (9 a 0), México (2 a 0) e Chile (5 a 1) – e dois empates – Argentina (0 a 0) e Colômbia (2 a 2) na fase classificatória, quando terminaram na segunda colocação, atrás dos argentinos no saldo de gols. Ao todo, o time marcou 18 gols e sofreu três. Os artilheiros da equipe no campeonato foram Nonato e Ricardinho, com seis gols cada.
 
Os argentinos fizeram campanha semelhante. Venceram México (3 a 0), Peru (8 a 0) e Chile (5 a 0) e empataram com Brasil (0 a 0) e Colômbia (1 a 1). Balançaram as redes 17 vezes e só levaram um gol. Nicolás Véliz e Silvio Velo foram os seus goleadores, com seis gols cada.
 
A competição deste ano foi jogada no formato de todos contra todos, em turno único. As duas equipes com mais pontos ao fim desses confrontos garantiram vaga na final.
 
 
 
Disputas pelas demais posições
 
Além da decisão, o domingo contou também com outros dois duelos. Na disputa pelo quinto lugar, que abriu o dia, o Chile venceu o Peru por 2 a 1 nos pênaltis (1 a 1 no tempo normal) e ficou com o quinto lugar. Mais tarde, a Colômbia derrotou o México por 3 a 0 e garantiu a terceira colocação.
 
Prêmios individuais
 
Apesar do título da Argentina, as duas principais premiações individuais do campeonato foram entregues a colombianos. Juan Quintero, que jogará na APADEVI-PB em 2018, ganhou o prêmio de artilheiro, com 12 gols marcados. Já o melhor jogador da Copa América IBSA 2017 foi seu companheiro de seleção, Jhon Gonzalez.
 
Rumo a Madri
A Copa América classificou quatro seleções à Copa do Mundo de 2018, que será realizada em Madri, em junho. O Brasil já estava garantido por ser o atual campeão mundial. Argentina, Colômbia e México também carimbaram seus passaportes para a Espanha.
 
 
Fonte: cbdv.org.br