Marina Costa e Danielly Bezerra – estudantes de Relações Públicas

No início deste ano, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) recebeu mais de R$ 2 milhões do Ministério da Saúde para a construção do laboratório de pesquisa com células-tronco. O objetivo é buscar possíveis tratamentos e enfrentamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), sendo essa uma esperança para os portadores. O laboratório idealizado por pesquisadores da Ufal junto ao médico Hemerson Casado, portador de ELA e presidente da Associação Dr. Hemerson Casado Gama também vai possibilitar a investigação de outras patologias clínicas no futuro.

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença provocada pela lesão degenerativa dos neurônios motores e que afeta principalmente pacientes do sexo masculino, em geral após os 40 anos de idade. O ano de 2015 foi marcado pelos maiores avanços em relação à pesquisa sobre a doença, quando a medicina descobriu “proteínas anormais” que podem lesar os neurônios, associados à ELA.

O professor Ph.D do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Ufal, Marcelo Duzzioni, participa ativamente do proposta do laboratório e destaca o valor da iniciativa para a Universidade, que será implantada no mesmo Instituto do pesquisador, no Campus A.C. Simões, em Maceió. “É de grande importância, primeiro, por ser um laboratório pioneiro no sentido de trabalhar com células-tronco. Segundo, por possuir tecnologia de ponta e pela colaboração internacional da Universidade Hanyang (Coreia do Sul)”, destacou Duzzioni.

No estado de Alagoas, ainda não existe nenhum especialista em ELA, mas como colocado pelo professor Marcelo Duzzioni a mais recente proposta fomenta o engajamento de muitos pesquisadores. Ele salienta, ainda, a importância do novo centro de pesquisa para a Ufal, principalmente por ser uma instituição federal de ensino superior e que visa justamente disseminar o conhecimento e a busca por respostas.

Sobre a implantação do laboratório, o pesquisador do ICBS ressalta a contribuição dos parceiros para a efetivação do projeto. “O instituto Emerson Casado, onde tudo começou, e a Fapeal [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas] viabilizaram o contato com o Ministério da Saúde. Esse apoio foi fundamental para a proposta que se seguiu”, lembrou Duzzioni.

Discutindo a ELA em âmbito internacional

Em paralelo ao projeto do laboratório os pesquisadores organizam um evento inédito que atue como um espaço de ampla discussão sobre a ELA e exposição do conhecimento acerca dos estudos relativos à doença. No próximo mês de março, a capital alagoana sediará o 1º Simpósio Internacional sobre Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – Alagoas em Movimento.

O evento, de 3 a 5 de março, será no auditório do Jatiúca Hotel & Resort e vai reunir pela primeira vez, profissionais de diversas nacionalidades e com vasta experiência nas áreas de ELA, neurociência e células-tronco.Estão confirmadas 14 palestras de pesquisadores e médicos do Brasil, Estados Unidos, Coréia do Sul e Uruguai.

Além do professor Duzzioni e a participação da Associação Dr. Hemerson Casado Gama na organização, o evento tem o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Ufal, Prefeitura de Maceió, Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão em Alagoas e Fapeal. As inscrições, o cronograma completo e as biografias dos palestrantes podem ser consultados no site do evento.

As vagas são limitadas e as dúvidas podem ser solucionadas por meio do site.

Source: Verbas para laboratório de pesquisa com células-tronco fomentam estudos sobre ELA — Universidade Federal de Alagoas