Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência
 
Escrito por Luiz Felipe Silva
 
O termo “terapia robótica” pode parecer um tanto futurista. Mas sua aplicação já é real e traz resultados importantes há pelos menos cinco anos no Brasil. O uso de robôs em tratamento de reabilitação de pessoas que passaram por doenças ou acidentes se mostra uma solução eficiente para ativar áreas cerebrais de pacientes em busca de sua recuperação motora.
 
Vale lembrar que esse tipo de técnica não substitui outras, como a fisioterapia e a terapia ocupacional. Ao contrário, todas elas são eficientes e complementares.
 
Como a terapia robótica funciona?
 
“O movimento está no cérebro, é onde se controla tudo”, afirma André Sugawara, médico fisiatra da Rede de Reabilitação Lucy Montoro. “A máquina faz o paciente aprender novamente os movimentos, é um treinamento cognitivo”, explica.
 
Maquinário
 
Os dois tipos mais comuns de equipamento são uma máquina com um apoio para os braços ou uma espécie de armação que sustenta uma caminhada. Mas há mais de uma dezena de ferramentas adaptadas para cotovelos, punho, aperto de mão etc., que geralmente funcionam como jogos que simulam atividades do dia a dia.
 
Quando opera a máquina, o paciente tende a apresentar falhas em seus movimentos. Então, o sistema robótico consegue perceber os erros de precisão e velocidade no movimento e os corrige com respostas momentâneas. Uma máquina registra todas essas informações em uma espécie de ficha de caso.
 
Modulação do cérebro
 
“A máquina ajuda o paciente a corrigir estes erros e vai deixando o movimento cada vez mais autônomo”, explica André Sugawara. Quanto mais autônomo do movimento, mais o cérebro do paciente reaprende a executá-lo.
 
É um exercício em que os especialistas chamam de neuromodulação, são mais que funções e, especificamente, são as habilidades neurais capazes de executar comandos com mais precisão.
 
Como são as sessões de terapia robótica
 
Uma sessão de terapia robótica pode durar menos de dois minutos. Literalmente. “É muito variável. O paciente está muito focado, não se consiga absorver o aprendizado, e está exigindo o treinamento mental. Nas primeiras sessões, é comum que haja cansaço muito rapidamente “, relata o médico fisiatra.
 
As sessões duram de 30 a 45 minutos – mais que isso seria gerado um desgaste mental tão grande que prejudicaria outras terapias pelas quais os pacientes passam.
 
O especialista conta que já viu evoluções rápidas de atividades de cotidiano, como aplicar desodorante sozinho, acontecerem de forma muito rápida, em apenas duas sessões. “O importante é o aluno entenda que não é um ganho de força, mas um treino de aprendizado, como uma sala de aula, onde o foco é fundamental”.
 
Para quem a terapia funciona?
 
Todo tipo de paciente com dificuldades de movimento pode obter melhora com a terapia robótica. Os casos mais comuns são de pacientes que sofrem AVC, lesões medulares, paralisias cerebrais ou amputações. “Tudo que envolve aprendizado cognitivo, pode ser aplicado o robô”, afirma o médico.
 
 
Como o tratamento depende muito do foco e da capacidade mental do paciente, em casos que o quadro envolve transtornos mentais, como a depressão, é preciso passar por outros tratamentos antes de iniciar a robótica.
 
No estado de São Paulo, para usar a terapia, é precisar entrar no site da Rede Lucy Montoro.
 
Fontes: Vix – fernandazago.com.br