A segunda rodada de provas do Enem é neste domingo. Pros alunos com necessidades especiais, o desafio é ainda maior.

Para estudar a Letícia precisa da Helen. No Enem, a jovem de Sorocaba terá a ajuda em vídeo de uma intérprete de libras, a língua brasileira de sinais. A prova será em sala separada e com duas horas a mais. “A minha opinião é que agora o Enem é adaptado para o surdo”, traduz Helen Araújo, interprete de Letícia.

Para Monique da Silva, de Juiz de Fora, que só tem 15% da visão, a letra das questões vem ampliada. Ela ainda vai ter alguém para ajudar na leitura. A estudante quer ser fisioterapeuta: “Mesmo que tenha obstáculos ou não, eu vou conseguir”, afirma Monique da Silva, estudante.
“Nós temos para cada tipo de necessidade especial comprovada, um tipo de atendimento, então a hora a mais também é padronizada. E o tipo de recurso, por exemplo, os fiscais que acompanham, os ledores, os transcritores, o próprio recurso tecnológico pra vídeo-libras”, explica Maria Inês Fini, presidente do INEP.

Neste domingo, os candidatos fazem as provas de matemática e ciências da natureza. Os portões abrem às 12h e fecham às 13h. O início do exame é às 13h30. Vale o horário de Brasília. O estudante não pode esquecer a caneta preta de tubo transparente e um documento original com foto. Não vale carteirinha de estudante.

No Brasil, 35 mil estudantes pediram atendimento especial para fazer a prova do Enem. Em Goiânia, um desses alunos é a Ana, que faz o último ano do ensino médio e a mãe vem junto todos os dias, porque a família acredita que unida vai ajudar a adolescente a se tornar advogada.
Ana perdeu os movimentos do corpo por uma complicação no parto. Em casa conta com a ajuda da irmã. Já em sala de aula… “A gente meio que comunica no olhar. Já falo: você não entendeu. Não, mãe. Então, eu peço para o professor repetir”, conta Patrícia Mendes, dona de casa, mãe da Ana.

Neste domingo, a dedicação de todos vai continuar à distância. A Ana fará a prova em sala separada com um intérprete para ler e outro para escrever as respostas dela.

“Bom. Eu acho que eu tenho chance, muita chance”, afirma Ana Carolina Fabiana Nunes, 18 anos.

“Difícil tudo é na vida, mas a gente tem que superar, crescer”, destaca a mãe de Ana.

 

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Fonte: Jornal Nacional – Candidatos com necessidades especiais se preparam para o Enem