Para quem não conhece, Philip Kotler, é economista e Ph.D. pelo Massachusetts Institut of Techonoly, tendo publicado mais de 50 livros, é considerado pelo Centre Europe “O maior dos especialistas na prática do marketing.

Você sabia que o PCD é um consumidor em potencial? E que este, por muitas vezes encontra dificuldades para consumir bens de uso continuo de qualidade? Sabia que, por muitas vezes, a pessoa com algum tipo de deficiência, tende a pagar um pouco mais caro por um produto ou serviço de qualidade que realmente atenda suas necessidades?

E como vender ou prestar serviços sem planejar ou pesquisar seu nicho? Boa pergunta!

Antes, tente primeiro entender, que cada deficiência tem sua peculiaridade, nem todo deficiente visual, em regra, possui a mesma necessidade, ou todo cadeirante, por estar sentado tem a mesma limitação, ok?

Para reforçar a explicação, segundo Kotler, e sua definição de Marketing 2.0: “As empresas necessitam conhecer melhor seus clientes e seus hábitos para assim fabricar e vender produtos e serviços que atendam melhor suas necessidades”.

Mas, se você insiste em vender ou prestar serviços para este público tão valioso, sem seguir minha dica, veja que está atuando, ainda, na época da Revolução Industrial, Século XVIII, o conhecido e inicial, Marketing 1.0.

“Hoje, vemos o marketing transformando-se mais uma vez, em resposta à nova dinâmica do meio. Vemos as empresas expandindo seu foco dos produtos para os consumidores, e para as questões humanas. Marketing 3.0 é a fase na qual as empresas mudam da abordagem centrada no consumidor para a abordagem centrada no ser humano, e na qual a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa”. (KOTLER, 2010).

Então, vamos elencar – algumas situações – para verificarmos se pelo menos o Marketing 2.0 está sendo aplicado na venda e prestação de serviços ao público PCD:

– Uma cadeira motorizada, precisa ser tão pesada e inflexível? Vale o valor?

– O ônibus, por que ele possui apenas um espaço reservado para cadeira de roda?

– Sua cadeira de roda, bengala, andador e outros, possui material e durabilidade de acordo com o valor pago?

– Assento Sanitário “para PCD”, você consegue usar ou retira?

– O Judiciário, conhece a Lei Brasileira de Inclusão (LBI)? Você já perdeu uma ação na justiça por falta de conhecimento do Magistrado?

– Tem Hotel ou Motel em sua cidade que você consiga frequentar de forma plena?

É preciso entender as verdadeiras necessidades do PCD, seja através de pesquisas, participação direta na fabricação dos produtos, apurar o atendimento, dar suporte e caminhos para que a pessoa com deficiência, faça sua escolha de consumo não por ausência de opção, e sim, por julgar ser a melhor escolha, de forma que haja geração do desejo e satisfação; lembre-se, usamos produtos de uso continuo e vamos voltar a adquirir com você, se formos bem atendidos!

O objetivo principal de um empreendedor é o lucro. No entanto, a busca pelo dinheiro não pode ser a única meta. “Consciência ambiental, ética e respeito pela lei não devem ser deixados de lado ao construir a sua marca”, diz Kotler.

Philip Kotler explica que Marketing é um processo tanto administrativo quanto social pelo qual as pessoas obtêm o que desejam e necessitam através da geração de desejo, oferta e troca de produtos de valor.

O Marketing 1.0 é sobre lucrar alcançando a mente das pessoas e oferecendo um serviço de boa qualidade

Para Kotler oferecer os produtos em massa igual era antigamente já não é tão eficiente.

Hoje em dia, com a concorrência grande e os consumidores mais exigentes, é preciso que seu produto se aproxime o máximo possível das necessidades dos seus clientes.

Em muitas empresas  o setor de marketing se preocupa apenas com a publicidade e com a elaboração de comerciais, e se esquecem da parte de planejamento e mensuração, por exemplo.

Kotler concorda que é difícil fazer previsões a longo prazo mas reforça a importância de se criar cenários do futuro.

Alinhar as ações de marketing com o planejamento estratégico ajuda as empresas a tomarem decisões com chances de erros menores.

Para Kotler, a cocriação nos negócios atuais é a melhor alternativa para as empresas.

Ele defende que os clientes façam parte do processo criativo e de desenvolvimento dos produtos, como fazem marcas como Lego e Harley Davidson.

Você precisa se diferenciar da sua concorrência, fazer sua marca se sobressair quanto as demais, e uma forma de fazer isso é proporcionando uma experiência única para seus consumidores.

Em uma empresa grande o suficiente para ter um profissional de marketing, é papel do responsável pela área ser um porta-voz dos clientes. “Uma decisão que não contempla a satisfação do consumidor tem tudo para ser equivocada.”

As relações comerciais são baseadas numa relação simples: empresas vendem o que consumidores precisam. “Mas há companhias que vendem, por um preço alto, algo que pode ser encontrado em qualquer lugar. E se dão bem”, diz Kotler. Ele exemplifica essa tendência com o Starbucks. “Eles vendem café caro e são bem-sucedidos no Brasil, um dos países com maior produção mundial do grão. Isso é possível com a construção de uma marca. O Starbucks é a segunda casa dos clientes. Lá, tem internet, é confortável. As pessoas gostam disso. Empresários precisam pensar em algo semelhante na hora de promover seus negócios.”

O objetivo principal de um empreendedor é o lucro. No entanto, a busca pelo dinheiro não pode ser a única meta. “Consciência ambiental, ética e respeito pela lei não devem ser deixados de lado ao construir a sua marca”, diz Kotler.

Para que o marketing se integre a todos os departamentos da empresa, deve-se mostrar a todos o que é feito pelo setor. Mais ainda: todos devem entender que o dinheiro gasto com estratégias de marketing não é um desperdício. “Seja amigo de todos. Almoce com o pessoal do financeiro, que toma conta do dinheiro e deve enxergar seu trabalho com mais ressalvas. Explique suas atividades e mostre sua importância”, afirma Kotler.

– Pelo menos, todo órgão público que você frequenta, possui um profissional preparado para atendimento de deficientes visuais e auditivos?

– Em viagens, já teve dificuldade para se locomover no aeroporto, fazer check in e até mesmo adentrar na aeronave?

 

Emerson Thiersch Faustino trabalha com assessoria de imprensa, Marketing, Bacharel em Comunicação Social (PUC/MG), Pós Graduação em Business and Marketing (TAFE/SA). Apoia e participa de organizações sem fins Lucrativos que tenham como objetivo a verdadeira inclusão da pessoa com deficiência.

ethiersch@yahoo.com.br

Fonte: KOTLER E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA OS D’EFICIENTES. | Tendência Inclusiva