Juliana Alcantara

Nathalia Santos posa para Vogue Brasil
Nathalia Santos posa para Vogue Brasil Foto: Arquivo pessoal

Aos 15 anos, Nathalia Santos ficou totalmente cega. Mas a deficiência não foi empecilho para que a jovem – hoje com 24 – se tornasse youtuber e comentarista do programa ‘Esquenta!’, da TV Globo. Com mais de 30 mil seguidores nas redes sociais, ela já está em sua terceira faculdade. Antes de Jornalismo, carreira que pretende seguir, Nathalia cursou Farmácia e Administração.
 
Meu principal objetivo é que, independentemente da função que venha a exercer futuramente, eu seja reconhecida como profissional e não como deficiente. Sempre fui muito curiosa e interessada na vida das pessoas, mas nunca tinha me atentado para levar isso como profissão. Quem me disse que eu levava jeito foi o meu irmão Danilo e a figurinista Cláudia Kopke. E eles tinham razão, eu sou mesmo apaixonada pelo que faço – conta a fã de Fátima Bernardes, Leilane Neubarth, Glória Maria e Ana Paula Araújo.
 

A youtuber grava para o time de coração
A youtuber grava para o time de coração Foto: Arquivo pessoal

Na ESPM, onde Nathalia cursa o último ano, a adaptação às aulas não foi só da aluna, mas também dos professores e dos colegas. No início, o computador e o telefone celular foram os maiores aliados, mas quando se deparou com a disciplina ‘Infográficos’ o desafio aumentou. Segundo a professora Vera Lopes, integrante do Comitê de Acessibilidade da ESPM Rio, houve resistência da turma quando resolveu mudar um trabalho que seria feito no computador para gráficos táteis:
 
Eu não posso ter um aluno na turma que não consegue saber o que está acontecendo. Tive de sensibilizar a turma e vi a evolução. Foi incrível como uma aluna mudou a percepção dela durante os dois anos que estudou com a Nathalia.
 

Nathalia é madrinha de bateria do Instituo TIMNathalia é madrinha de bateria do Instituo TIM Foto: Divulgação / Instituto TIM

Essa aluna não foi a única a ser inspirada pela youtuber do canal “Como assim cega?”. Nathalia impulsiona pessoas a seguirem seus sonhos. Neste Carnaval, a também madrinha da bateria Instituto TIM teve contato com crianças que possuem algum tipo de deficiência e levou alegria e empoderamento para as famílias.
 
Eu vejo muita insegurança e dificuldade. Mas vejo também uma força de vontade que é capaz de superar todos esses desafios. O fato de eu, como cega, estar terminando uma faculdade, contribui para que eles não percam a esperança de conseguir chegar lá – explica.