A inserção social de pessoas com deficiência será o centro das atenções do cinema do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, entre os dias 02 e 14 de março. O Ministério da Cultura e o Banco do Brasil apresentam a sétima edição do Assim Vivemos – Festival internacional de filmes sobre deficiência, iniciativa bienal realizada desde 2003 que convida o público a refletir sobre preconceito, invisibilidade social, superação, inserção e acessibilidade.
Serão exibidos 33 filmes de 20 países, todos com o tema da inclusão, com abordagens e estéticas variadas, curtas, médias e longas-metragens nas categorias ficção e documentário. Entre os mais de 30 títulos selecionados, estão sete produções brasileiras. Entre os países participantes, estão Alemanha, Austrália, Bélgica, Chile, Espanha, França, Irã, Israel, Itália, México, Rússia e Ucrânia.
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O Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência chega à capital federal depois de passar pelo CCBB do Rio de Janeiro (de 5 a 17 de agosto) e de São Paulo (de 23 de setembro a 5 de outubro de 2015). Pioneiro na utilização da audiodescrição e adequado aos conceitos de acessibilidade, o festival é exibido nas salas de cinema do CCBB, espaços adaptados e preparados para receber todos os tipos de público. O festival foi o primeiro no Brasil a oferecer audiodescrição em todas as sessões e catálogos em Braile e legendas Closed Caption nos filmes e interpretação em LIBRAS nos debates. O Centro Cultural também tem uma arquitetura concebida para garantir o acesso de pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes.
A partir de filmes de diferentes gêneros e estilos, a deficiência é apresentada em sua diversidade, evidenciando o que há de especial em cada ser humano e as mais variadas formas de superar limites. A diretora do festival, Lara Pozzobon, explica que o Assim Vivemos tem as premissas de quebrar preconceitos e lutar pela inclusão social das pessoas com deficiência por meio da arte. Segundo ela, “o grande tema de 2016 é a autonomia, a possibilidade de viver com independência. E esse tema aparece predomintentemente em filmes que tratam das deficiências intelectuais, como autismo e sindrome de Down, mas também em filmes sobre pessoas com deficiência física e paralisia cerebral. É a grande questão do momento: a vida adulta com autonomia.

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Entre os filmes que compõem a programação deste ano, os produtores destacam as produções Gabor, da Espanha, que mostra um diretor de fotografia que ficou cego voltando a trabalhar, os filmes sobre autismo Soluções Promissoras, da França e Complexo de Canguru, da Bélgica e os filmes sobre personagens com paralisia cerebral, Ser ou não ser, do Kasaquistão e Independente, de Israel. Entre os brasileiros, destaque para A onda traz, o vento leva, do diretor Gabriel Mascaro, documentário sobre um jovem surdo do Recife, a ficção Marina não vai à praia, de Cássio Pereira dos Santos, sobre uma adolescente com síndrome de Down de Minas Gerais e o documentário Outro olhar, sobre a inclusão escolar de uma jovem com síndrome de Down do Rio Grande do Sul.
Além da exibição dos filmes, a programação do Assim Vivemos realiza quatro debates. No dia 03 de março, o tema será Autismo; no dia seguinte (sexta-feira, 4), Ser artista; o terceiro debate será no dia 10 e trará do tema Autonomia; o clico de debates será fechado com o tema Imagem e estigma, no dia 11 de março.

Este projeto marca o início da parceria do CCBB com a Fundação Banco do Brasil e a Unidade Negócios Sociais e Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil, que tem por objetivo divulgar ações sociais com foco na inclusão financeira e no desenvolvimento sustentável do País que possuem sinergia com as Mostras Culturais do CCBB. Neste Festival, será divulgada uma linha de crédito com condições especiais para o financiamento de bens e serviços de tecnologia assistiva voltados para pessoas com deficiência, o BB Crédito Acessibilidade. Além disso, serão disseminados conhecimentos populares para pessoas com deficiência, advindos do Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil (FBB).

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Librário: Libras na escola e na vida

A realização do Festival Assim Vivemos marcará também a reaplicação da tecnologia social “Librário: Libras na escola e na vida” no Programa Educativo dos quatros CCBBs.  O Librário permite a interação entre surdos e ouvintes no contexto escolar e social, e propicia a quebra de barreiras da comunicação.

Isto acontece através da realização de oficinas de Libras – Língua Brasileira de Sinais – gratuitas para a comunidade e encontros mensais entre profissionais da Libras, a comunidade surda e ouvintes, onde são ministrados cursos e seminários, a fim de promover a inclusão.

A principal ferramenta pedagógica desenvolvida é o Librário, que é um jogo constituído de um baralho de pares de cartas, com o sinal da Libras, a palavra em português e a imagem correspondente. Este jogo incentiva a aprendizagem da Libras de forma lúdica.

O Librário foi desenvolvido por professores da Universidade do Estado de Minas Gerais e tem como objetivos: difundir a importância da Libras – Língua Brasileira de Sinais e do Tradutor e Intérprete de Libras na sociedade, incentivar a formação continuada de profissionais de Libras e a comunidade surda, possibilitar aos ouvintes o acesso à Libras, atingir o público e professores e alunos no contexto escolar inclusivo e promover a interação entre surdos e ouvintes em aulas do ensino regular básico em todas as matérias da grade curricular escolar.

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Tecnologia Social

Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. O “Librário: Libras na escola na vida” foi uma tecnologia certificada e vencedora da oitava edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Realizado a cada dois anos, o Prêmio tem por objetivo identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas, implementadas em âmbito local, regional ou nacional, que sejam efetivas na solução de questões relativas a alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde. As tecnologias identificadas e certificadas passam a integrar o Banco de Tecnologias Sociais.

O Banco de Tecnologias Sociais (BTS) é uma base de dados que contempla informações sobre soluções para demandas sociais, desenvolvidas por instituições de todo o País e podem ser consultadas por tema, entidade executora, público-alvo, região, UF, etc. Para conhecer mais do BTS acesse fbb.org.br/tecnologiasocial

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Histórico

O Assim Vivemos teve sua primeira edição em 2003 no Rio de Janeiro e em Brasília. Na segunda edição do evento, em 2005, o público triplicou nas duas cidades e incluiu novidades no formato original, aumentando de uma para duas semanas de duração. Em 2007, o projeto ampliou ainda mais o alcance do público, com aluguel de ônibus e agendamento de visita de grupos das periferias das cidades e de instituições carentes de pessoas com deficiência. Nessa edição, foi realizado lançamento do DVD dos Curtas Premiados do Público (com o co-patrocínio da Petrobras), ação que teve grande impacto na multiplicação e democratização do conteúdo do festival.

Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre a Deficiência
Mostra competitiva de 33 filmes nacionais e internacionais que têm como tema a inclusão social das pessoas com deficiência.
Data: de 02 a 14 de março

Entrada franca, mediante a retirada de ingressos com uma hora de antecedência de cada sessão.

Classificação: Livre

Informações: 3108-7600

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Fonte: FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA CHEGA À SÉTIMA EDIÇÃO NO CCBB BRASÍLIA