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Porto Alegre (RS) foi sede, neste fim de semana, do Campeonato Brasileiro de Esgrima em Cadeira de Rodas. A competição começou na sexta-feira, 31, e terminou hoje, domingo, 2. O evento foi o último de 2014 em âmbito nacional e servirá para compor o ranking nacional consolidado da modalidade nesta temporada.

Vale ressaltar que a pontuação obtida no Sul valerá 20% a mais do que a das duas etapas da Copa Brasil, realizadas em Belo Horizonte (março) e em Curitiba (agosto). O Campeonato Brasileiro também servirá como preparação para os dois últimos torneios internacionais de esgrima do ano. Entre os dias 20 e 23 de novembro, em Eger, Hungria, e 18 e 21 de dezembro, em Hong Kong, China, serão disputadas etapas da Copa do Mundo da Federação Internacional de Esportes para Amputados e Cadeirantes (IWAS, na sigla em inglês).

Haverá ainda, de 30 de novembro a 6 de dezembro, uma fase de treinamento com os principais atletas do país, em Pirassununga (SP). Entre os participantes do evento, a ser disputado no Centro Estadual de Treinamento Esportivo, estará o campeão paralímpico em Londres-2012 Jovane Guissone. No total, 40 esgrimistas estão inscritos na competição. 

“Será a competição mais importante da temporada no Brasil, pois fecha o calendário nacional em 2014. Há também a questão da pontuação, que será maior em Porto Alegre do que foi nas duas Copas Brasil. Então os atletas tem essa motivação a mais, porque podem ganhar posições na comparação com os atletas que tiverem um rendimento baixo”, disse Felipe Machado, supervisor-técnico do CPB para a esgrima em cadeira de rodas. 

O evento gaúcho contou com uma novidade. Além das disciplinas que já fazem parte das competições de esgrimas organizadas pelo CPB, florete e espada, haverá também um torneio exibição de sabre. “Estamos no processo de desenvolvimento desta arma, pois ano que vem vamos incluí-la nos nossos torneios. Em Porto Alegre, vamos fazer um teste para avaliar a organização, nível da arbitragem, etc.”, concluiu Felipe.

 

Bolsa Pódio

O atleta Jovane Guissone faz parte do projeto Bolsa Pódio (ponto pro pt nessa,rs), por meio do qual o Ministério do Esporte dá suporte a atletas com vistas aos Jogos do Rio-2016. O Bolsa Pódio contempla 82 atletas paralímpicos e integra as ações do Plano Brasil Medalha.

 

Convênio – Ministério do Esporte

O Campeonato Brasileiro de Esgrima em Cadeira de Rodas é custeado por um convênio entre o Ministério do Esporte e o Comitê Paralímpico Brasileiro.

 

2013

 

SOBRE O ESPORTE

 

A esgrima requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência locomotora. O Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paralímpico Internacional administra a modalidade, que segue as regras da Federação Internacional de Esgrima (FIE).

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As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura. A diferença para a esgrima olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgrimistas se mexa, o combate é interrompido. Os equipamentos obrigatórios da modalidade são: máscara, jaqueta e luvas protetoras. Nos duelos de florete, a arma mais leve, há uma proteção para as rodas da cadeira. 

Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira. As competições se dividem em categorias de acordo com a amra: florete, espada e sabre. Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação adotada nos duelos de sabre. Com este tipo de arma o esgrimista pode atingir seu rival tanto com a ponta quanto com a lâmina do sabre. 

Uma das peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma na qual são computados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o atleta foi tocado. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem acompanhar o placar do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma das luzes – vermelha ou verde – que representa os atletas se acende. Quando ocorre um toque não válido, é acesa uma luz branca. 

Na primeira rodada dos torneios individuais os confrontos duram no máximo quatro minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. As etapas seguintes têm três tempos de três minutos cada, com intervalos de um minuto. Ganha o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior pontuação ao final do combate. Caso haja empate, há prorrogações de um minuto até que um dos atletas atinja o outro, numa espécie de “morte-súbita”. 

Quando as disputas são por equipe, vence o time que marcar 45 pontos ao final dos combates. As equipes devem ter três competidores, sendo obrigatória a presença de um atleta da classe B. Em caso de igualdade no placar, valem os mesmos critérios de desempate dos duelos individuais para se apontar um vencedor. No Brasil, a modalidade é organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro através da Coordenação de Esgrima, atualmente ocupada pelo Prof. Valber Lázaro Nazareth.

 

Histórico

Ludwig Guttmann, em 1953, introduziu a esgrima para pessoas em cadeira de rodas. Em nível paralímpico, a modalidade é uma das mais tradicionais. Homens e mulheres duelam desde a primeira Paraolimpíada em Roma (1960). Desde então as regras têm se desenvolvido de acordo com os avanços em técnicas de fixação das cadeiras no chão.

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FONTES:

cpb.org.br/modalidades/esgrima/

GloboEsporte.com