Talita Cazassus Dall’Agnol
 
O Brasil é um país plural. De norte a sul, deparamo-nos com uma diversidade sem igual. Contudo, tendemos a negar e a rejeitar tudo o que é diferente de nós; não é a toa que atos preconceituosos são corriqueiros em nosso cotidiano. Os segmentos sociais mais afetados por tais atos são as pessoas negras, a população LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexo), as pessoas com deficiência e os indígenas.
 
São incontáveis os casos de pessoas com deficiência que tiveram suas matrículas negadas nas escolas em decorrência da sua situação; pessoas LGBTI que são brutalmente agredidas simplesmente por sua opção sexual ou de gênero; pessoas negras que enfrentam os olhares atravessados dos outros devido a sua cor da pele ou que são agredidas por seguirem religiões de matrizes africanas.
 
O preconceito causa um dano profundo em nossa sociedade: tira oportunidade de milhares de brasileiros de se desenvolverem plenamente, deixando-os à margem da sociedade. E, por vezes, as vítimas do preconceito têm seus direitos fundamentais violados no âmbito escolar, no ambiente de trabalho, na vida social.
 
A legislação, entretanto, vem na contramão do preconceito. Isso porque a igualdade entre todos está estabelecida em convenções internacionais, na nossa Constituição e em inúmeras leis. “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos” diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” preceitua o art. 5° da Constituição Federal. “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.” dispõe a Lei Brasileira de Inclusão. “É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.” preceitua o Estatuto da Igualdade Racial.
 
 
COMO COMBATER A DISCRIMINAÇÃO CONTRA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
 
Além disso, o governo vem adotando políticas afirmativas para promover a inclusão social dos segmentos mais vulneráveis da população: seja por meio de cotas raciais, benefícios assistenciais, valorização e promoção das diversas culturas existentes no Brasil, dentre outras ações.
 
Contudo, é preciso que se desenvolva uma cultura de valorização da diversidade, a começar pela Educação. A escola deve desde cedo levar os alunos a compreensão das semelhanças entre os seres humanos e a diversidade existente em cada um deles, mostrando que todos somos semelhantes e ao mesmo tempo somos únicos e por isso, temos as nossas diferenças. Ao trabalhar a diversidade em sala de aula, é preciso desenvolver um olhar empático, em todos os aspectos, do aluno aos colaboradores, entre os educadores e as famílias.
 
É preciso, igualmente, fomentar o convívio com a diferença dentro de casa. Afinal, de nada adiantará a criança ter lições de respeito a diversidade e não viver isso em seu dia a dia. Leve seu filho para conhecer instituições que realizam trabalho com pessoas com deficiência ou mesmo orfanatos. Leiam juntos livros sobre inclusão social e busque debater o assunto sempre de forma positiva. No ambiente de trabalho, é preciso aceitar e respeitar as diferenças, buscando dar a todos oportunidades iguais para crescerem.
 
Todos nós, como cidadãos, precisamos fazer a nossa parte na luta contra o preconceito. Assim, construiremos um Brasil mais justo e que preze pela igualdade. Lembrando que a igualdade não significa que as pessoas tenham que possuir as mesmas características, mas expressa que todos têm o mesmo valor!