Maria Clara conduziu Enzo, 4 anos, que tem paralisia cerebral, girando a cadeira de rodas no baile de conclusão da educação infantil.
 
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Menina emociona família ao escolher irmão com paralisia como padrinho do ABC no Ceará
 
Por Valdir Almeida, G1 CE
 
Uma menina de seis anos emocionou a família ao escolher o irmão com paralisia cerebral para ser o padrinho de formatura de ABC no município de Iguatu, no interior do Ceará. Maria Clara de Lavor, 6 anos, dançou valsa na festa com o irmão Enzo, 4, que estava em uma cadeira de rodas. “Ela falou que se não fosse ele [o padrinho] não iria participar”, disse a mãe, a servidora municipal Débora Santos de Lavor.
 
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A paralisia cerebral de Enzo o impede de falar e andar desde que nasceu. A mãe das crianças conta que Maria Clara é muito apegada ao irmão, mesmo os dois morando separados, já que ele mora em outra cidade para facilitar no tratamento médico.
 
Desde o início do ano, a garota disse aos familiares que queria que o irmão dançasse com ela no dia da festa formatura do ABC, realizada no dia 15 de dezembro deste ano. “A gente até achava que ia mudar de ideia, mas quando começou o ano ela já tinha decidido. Nós até perguntamos se ela não queria que o padrinho fosse o pai ou o primo, mas a Maria Clara fez questão que fosse o irmão. Isso foi muito bonito”, afirmou Débora. A menina também escolheu o terno e a gravata usados pelo irmão no dia da festa.
 
As crianças emocionaram a todos dançando a tradicional valsa e foram aplaudidos. “A gente ficou emocionado com a simplicidade, com a concentração dela, porque não foi nada ensaiado. Roubou a cena de verdade, pois foi tudo com muita naturalidade. Ela disse que foi o dia mais feliz da vida dela”, lembrou a mãe das crianças.
 
Superando dificuldades
 
A menina mora com os pais na cidade de Iguatu, enquanto Enzo fica com a avó no Crato para facilitar o deslocamento diário até um hospital no município de Juazeiro do Norte, onde o garoto realiza tratamento médico e fisioterapêutico. A mãe das crianças diz que eles só se encontram nos fins de semana, mas a menina faz questão de ver o irmão diariamente em chamadas de vídeo. Essa relação, conforme a mãe, ajuda no tratamento do menino.
 
“Ele não fala, mas a gente consegue perceber todas as emoções no seu olhar. A gente faz vídeos dela falando e ele fica ‘louco’. É uma cumplicidade muito grande”.
 
O tratamento realizado pela criança foi garantido por uma liminar na Justiça. Débora diz que é um tratamento muito caro, principalmente pelos custos com os deslocamentos. Ainda assim, a família permanece unida e acredita que Enzo tem apresentado melhoras significativas ao longo dos dias.
 
“A Maria Clara acompanhou nossos momentos mais difíceis. O irmão nasceu de um parto prematuro, complicado, de apenas cinco meses. Mas hoje, o Enzo tem uma qualidade de vida. Ele faz acompanhamento com terapeutas, fisioterapia, fisioterapia respiratória e eu acho que ele vem reagindo bem ao tratamento. Apesar de ser bem puxado e muito oneroso, é muito compensador ver essa alegria e cumplicidade deles”, afirmou a mãe.
 
Fonte: g1.globo.com