Atualmente, muitas crianças e adolescentes estão passando por situações constrangedoras em sala de aula ou até mesmo em casa. É comum tratar esses indivíduos que apresentam significativa dificuldade no processo de ensino/aprendizagem como se fossem incapazes ou desinteressados dos assuntos escolares.

Essas situações estão cada vez mais interferindo na autoestima desses indivíduos e os colocando em um lugar de “culpados” quando na verdade são vítimas de um diagnóstico tardio ou equivocado de transtornos de aprendizagem.

De acordo com ABD – Associação Brasileira de Dislexia trata-se de um transtorno de aprendizagem com origem Neurobiológica. Significa que é um transtorno de origem genética, e está relacionado à disfunção na região pré-frontal do cérebro, que é responsável por controlar os impulsos, inibir comportamentos inadequados e também pela capacidade de planejamento, organização, atenção e memória, entre outras funções (ABD, 2016).

A Dislexia é caracterizada por uma dificuldade no reconhecimento e/ou fluência da linguagem escrita ou falada. Essas dificuldades normalmente se apresentam de maneiras diferentes de acordo com a idade e o período escolar do indivíduo.

Na Pré-Escola (2 a 4 anos)

  • Dispersão;

  • Fraco desenvolvimento da atenção;

  • Atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem;

  • Dificuldade de aprender rimas e canções;

  • Fraco desenvolvimento da coordenação motora (fina e grossa);

  • Dificuldade com quebra-cabeças;

  • Falta de interesse por leitura;

Na idade escolar (5 a 15 anos)

  • Dificuldade na aquisição da leitura e da escrita (Leitura silábica);

  • Confusão com as letras que possuem sons semelhantes, P e B, T e D, C e G.

  • Desatenção e dispersão. Dificuldade para se concentrar em uma atividade;

  • Dificuldade em copiar de livros e/ou do quadro;

  • Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) e/ou grossa (ginástica, dança etc.);

  • Desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalho escolares e perda de seus pertences, desculpas repetidas por não ter entregado a tarefa;

  • Confusão entre esquerda e direita;

  • Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas;

  • Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;

(Definições adotadas pela IDA – International Dyslexia Association, em 2002).

Segundo a ABD existem graus diferentes da Dislexia e por isso, algumas vezes, o diagnóstico pode ser realizado tardiamente e ser confundida com desinteresse ou má vontade por parte do aluno. Sendo assim, é muito importante ressaltar que a Dislexia não está relacionada com preguiça, falta de atenção ou falta de empenho da escola ou professor.

De acordo com dados publicados pela ABD, em 2016, 15% da população brasileira apresentam Dislexia.

O Diagnóstico da Dislexia é realizado por uma equipe multidisciplinar que envolve o Psicopedagogo, Fonoaudiólogo e Neuropsicólogo.

Se seu filho (a) apresenta algum desses sintomas ou a escola já lhe orientou a procurar um atendimento especializado, faça isso e peça ajuda. O desenvolvimento escolar da criança é de responsabilidade da família e da escola. Procure ajuda e colabore para que essa criança consiga lidar com essa dificuldade e tenha garantido o direito á educação irrestrita.

“Se uma criança não aprende como a ensinamos, é preciso então repensar o método de ensino”.

Autor desconhecido

Referências Bibliográficas

ABD – Associação Brasileira de Dislexia

IDA – Associação internacional de Dislexia

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Tatiane Teixeira Alves é Socióloga, formada pela Universidade Católica de Minas Gerais. Pós graduada em Psicopedagogia Clínica, Educação Inclusiva e comunicação Assistiva pela Universidade Cândido Mendes . Sócia fundadora da Assistiva – Acompanhamento Educacional especializado que oferece o apoio pedagógico para pessoas com necessidades educacionais específicas, sob a premissa de que “Se uma criança não consegue aprender da maneira que está sendo ensinada, é preciso mudar o método de ensino para que ela aprenda”.

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Source: O QUE É DISLEXIA DE DESENVOLVIMENTO? | Tendência Inclusiva