Inovação no design inclusivo é destaque do 9º Concurso de Moda InclusivaEm questão de roupa adaptada, não basta apenas ser mais acessível possível: o design conta muito e isso estava em alta no desfile do 9º Concurso de Moda Inclusiva, que aconteceu em São Paulo no Unibes Cultural. A grande vencedora do concurso foi Robertha Pereira Navajas, que apresentou dois looks no desfile, um para cadeirante (com o modelo Daniel Yoshizawa), e outro para amputados (com o modelo Chirstiano Silva).

Com o objetivo de incentivar a produção de looks para pessoas com deficiência, o concurso é uma oportunidade para estudantes e profissionais de diversas áreas discutirem tendências, debaterem novas ideias e trocarem experiências no âmbito da moda inclusiva e mercado têxtil.

Ao participar pela primeira vez do concurso, a estilista Robertha, 27, afirmou que sempre quis fazer moda com um propósito. “Não queria apenas criar alguma coisa. Aí conheci o curso de moda inclusiva há três anos e, por eu ter diabetes e precisar carregar um aparelho [glicosímetro], fiz modelos adaptados para mim e para outras pessoas que têm diabetes e não têm onde guardar o aparelho”, enfatizou a estilista.

Por criar roupas para quem tem diabetes, Robertha pensou também no estilo de vida das pessoas com deficiência e deu início em diversas adaptações, o que a levou a ganhar o grande prêmio do concurso. “Quis criar modelos de roupas que dão autonomia para pessoas com deficiência. Ganhar esse concurso me deu mais estímulo e perseverança para continuar com a moda inclusiva”.

Heloisa Rocha. "Somos milhares de pessoas com deficiência que consomem roupas sim!", afirmou em exclusividade para a Revista D+

Heloisa Rocha. “Somos milhares de pessoas com deficiência que consomem roupas sim!”, afirmou em exclusividade para a Revista D+

Heloisa Rocha, 33, jornalista que tem osteogênese imperfeita, é criadora do instablog Moda Em Rodas, foi uma das juradas do desfile e comenta que a importância do concurso é mostrar que as pessoas com deficiência consomem moda sim e que o mercado precisa estar preparado para esse tipo de consumidor. “É importante esse concurso, pois dá chance para o estilista aprender cada vez mais sobre adaptações em roupas. É preciso que eles pensem mais fora da caixinha. É preciso incentivar também a imprensa a ver mais isso e estimular mais a autoestima  das pessoas com deficiência”, diz a jornalista.

Em relação ao mercado, Heloisa afirma que os empresários e o ramo da publicidade precisam ficar de olhos abertos. “Eles pensam que somos consumidores apenas de cadeira de rodas, carro adaptado, andador e aparelho auditivo. Estamos tendo visibilidade na moda nos últimos dois anos, porém, não estampamos uma revista. É preciso que os cursos de moda tenham essa disciplina e que os lojistas adaptem os provadores e as próprias lojas. Estamos caminhando ainda para a inclusão no mundo do consumo de roupas”, conclui a jornalista.

Em sua nona edição, participaram do concurso estudantes de cursos técnicos, universitários e profissionais da área da moda e da saúde não só do Brasil. Na ocasião, desfilam os modelos finalistas de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará, Pará e Bahia. O concurso também recebeu inscrições dos estados Amazonas, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e da Itália, Nigéria, Singapura, Paraguai e Irã.  Para mais informações: www.modainclusiva.sedpcd.sp.gov.br.

Veja fotos do desfile abaixo.

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