Barra Bonita recebeu R$ 1,5 milhão para pavimentar e construir rampas. Problema é a escolha dos locais para a instalação das rampas.
 
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Os brasileiros que andam em cadeira de rodas são unânimes nas reclamações. Nas nossas cidades, os obstáculos estão em todo canto. E mesmo quando uma prefeitura decide agir, o resultado nem sempre resolve o problema.
 
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Para Ivan, sair de casa é um desafio. No centro de Barra Bonita, no interior de São Paulo, nem todas as quadras têm rampas de acesso.
 
“Se a gente se afastar um pouco mais daqui, na segunda rua ali, é a mesma coisa, também não tem rampa”, conta Ivan Do Carmo, estudante.
 
Mas a prefeitura de Barra Bonita, que recebeu por meio de convênios com a Secretaria Estadual de Turismo R$ 1,5 milhão para pavimentação e construção de 84 rampas de acessibilidade, até que fez as obras. O problema é a escolha dos locais para a instalação das rampas.
 
O telefone público fica bem ao lado de uma das rampas, mas caso algum cadeirante queira usá-lo, vai ser bem difícil, porque para chegar até lá tem degraus. Do outro lado da rua, mais problemas. Caso o cadeirante consiga subir na calçada, ele vai ter um problema na hora de andar, porque tem uma árvore bem no meio do caminho.
 
Em um cruzamento, o cadeirante tem que se agarrar ao poste para chegar à calçada. Em outro ponto, a rampa foi construída no meio do mato, ao lado de uma avenida movimentada. Quem vai passar?
 
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O convênio para as obras é da gestão passada. Agora é a nova que vai ter que corrigir os problemas.
 
“Infelizmente nós temos que gastar com dinheiro público, agora do município. Não é uma verba que vem mais do convênio”, diz Munir Arradi Júnior, diretor do Departamento de Obras de Barra Bonita.
 
Em Bauru, o poste do sinal de trânsito ficou no meio de uma rampa de acesso numa das principais avenidas da cidade. “Esse poste atrapalha todo mundo. Todo mundo reclama dele”, diz o morador.
 
O professor de engenharia Ricardo Ramos Rocha explica que a construção das rampas deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
 
“Inclusive a norma observa sobre a presença do que chamamos de obstáculos urbanos. São os postes, sinaleiros, lixeiras. Isso tem que estar afastado da passagem do deficiente”, destaca Ricardo Ramos Rocha, professor de Engenharia Civil.
 
“Se eles ouvissem quem realmente vai fazer uso da rampa, da guia rebaixada, seja lá o que for a nível de acessibilidade, eu acho que os erros seriam bem menores”, comenta Ariani Queiroz de Sá, contadora.
 
A Secretaria de Turismo de São Paulo informou que a construção das rampas ficou sob a responsabilidade da prefeitura de Barra Bonita.
 
O ex-prefeito da cidade, Guilherme Belarmino, disse que o projeto foi elaborado na gestão dele, mas que a construção das rampas ficou para a atual gestão. A prefeitura de Bauru não se manifestou.

Fonte: g1.globo.com – Imagem Internet