Elevador para deficiente físico apresentou problemas na porta da ABBR, no Jardim Botânico. G1 flagrou problemas em embarques em vários coletivos.

Por Bruno Albernaz, G1 Rio

Imagem Internet/ilustrativa
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Os passageiros que dependem de cadeiras de rodas para se deslocar pelo Rio relatam péssimo estado de conservação dos ônibus da cidade. O G1 flagrou as dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes que dependem do ponto de ônibus em frente a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Jardim Botânico, Zona Sul.
 
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A mãe de uma deficiente física conta que é cada vez mais comum ver os elevadores de acesso aos ônibus com defeito. Segundo passageiros, o problema se repete todos os dias. Revoltada, Sandra Helena Carvalho diz que uma vez caiu no meio de uma das mais movimentadas avenidas do Rio quando retirava a filha do ônibus.
 
“Não é uma linha de ônibus com o elevador quebrado, com as cadeiras quebradas, com o cinto de segurança para prender a cadeira quebrado. É toda a frota do Rio de Janeiro. É justo que o Rio de Janeiro esteja assim entregue, largado, abandonado? As pessoas estão sendo abandonadas. Eu passo por isso todo dia. Eu já cai no meio da Presidente Vargas com ela”, reclama Sandra, que é mãe de uma criança que ficou paraplégica após ter meningite.
 
Durante o período em que o G1 observou a chegada de cadeirantes ao Centro de Reabilitação, passageiros foram vistos ajudando motoristas a recolher a plataforma do veículo, que apresentou problemas diversas vezes. Em outros momentos, a rampa de acesso não era utilizada corretamente. Familiares dos cadeirantes não queriam aguardar o elevador descer por completo e recebiam a ajuda de motoristas para carregar o deficiente físico no colo.
 
Um motorista, que pediu para não ser identificado, alegou que não usou a rampa porque estava sem a chave que abre a caixa de comando para mover a plataforma.
 
Em outra situação, o elevador emperrou e uma passageira precisou dar pulos na plataforma para que o equipamento voltasse ao nível original e a porta do ônibus pudesse ser fechada.
 
Uma idosa que carregava o primo, com deficiência física, conta que chega a levar seis tentativas para conseguir embarcar num coletivo com o equipamento para o embarque.
 
“Eles falam que não está funcionando [o elevador]. Aí as vezes passam seis ônibus – alguns estão quebrados – e não nos levam. Tem alguns também que passam direto, fecham a porta e não pegam a gente”, diz a idosa.
 
Segundo o vendedor de coco Renato Baltazar, que trabalha em frente ao ponto de ônibus, o problema é recorrente. “De dez ônibus, três dão problema. Aí tem que sair com o cadeirante na mão e dá uma confusão danada”, conta.
 
93% da frota equipada, diz consórcio
 
Os consórcios Intersul, Internorte, Santa Cruz e Transcarioca argumentaram, por nota, que os ônibus que compõem a frota do Rio de Janeiro atendem às regras de acessibilidade no transporte de passageiros, de acordo com a determinação da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Segundo os consórcios, atualmente 93% da frota está equipada com elevadores hidráulicos.
 
“A adaptação do restante da frota acontecerá gradativamente, com a compra de veículos novos, uma vez que os coletivos que estão no último ano de vida útil dentro do sistema não possuem condições técnicas de receber os equipamentos”, acrescenta o texto. As empresas também ressaltaram que todos os coletivos têm outras adaptações que facilitam o deslocamento de usuários e que os consórcios mantêm programas de capacitação contínuos, inclusive voltados para motoristas novos. “A entidade, no entanto, reconhece falhas pontuais no sistema, que são reparadas logo após serem informadas”, diz o texto.
 
Fonte: g1.globo.com – Imagem Internet/ilustrativa