Em 2013, o britânico descobriu uma infecção estreptocócica tipo A, que penetrou profundamente em seus tecidos e órgãos e provocou um envenenamento sanguíneo, ou sepsia, que pode causar falência múltipla de órgãos.
Mudança
Aos 34 anos de idade, o ex-proprietário de pub viu sua saúde se deteriorar para um estado crítico em poucas semanas. Perdeu as pernas e os braços. Perdeu também os lábios e o nariz.
Cirurgiões precisaram retirar pele de seus ombros para substituir seus lábios – deixando-o, ele brinca, parecido com um personagem de Os Simpsons e com um nariz que escorre constantemente.
Infecção
A pele de seus braços e pernas e parte de sua face rapidamente escureceram e gangrenaram – seus membros tiveram de ser amputados.
Mas o dano era grave demais e, certa noite, enquanto dormia, Alex se virou e acabou quebrando o braço ao meio, porque o osso estava infeccionado.
Sua companheira Lucy ficou devastada, imaginando que a vida ficaria muito mais difícil também sem esse membro. Mas Alex diz que achou o desfecho melhor do que se ele tivesse tentado por anos salvar o braço em vão.
“Acho que psicologicamente teria sido muito pior esperar muito tempo e depois perdê-lo”, raciocina.
RECOMEÇAR
Mas a partir daí, o britânico teve de aprender a viver uma nova vida. Não conseguia mais se levantar sozinho, tampouco se lavar e se vestir. Precisou acostumar-se à ajuda de um cuidador diariamente. Sua prioridade passou a ser aprender a andar.
Esse aprendizado começou em um hospital de Roehampton, no sudoeste de Londres. Em apenas duas semanas, Alex surpreendeu todos ao conseguir caminhar com próteses especiais.
Ele já caminha há mais de três meses e diz que progrediu muito, mas ainda pena para se adaptar. “Subir escadas é difícil, porque (as próteses) são curtas.”
Alex agora também usa próteses de braços, na forma de ganchos, que o ajudam nas tarefas cotidianas. Voltar ao trabalho, no último mês, foi resultado de uma árdua jornada.
“É inquietante, mas acho incrível as coisas que o corpo humano é capaz de superar”, afirma.
“Sempre fui tranquilo, relaxado. Essa atitude mudou, hoje tenho pressa para conquistar coisas – o que no meu caso é conseguir pegar uma xícara de café. (Mas) tenho sorte de estar vivo”, diz.
“Foi, de longe, o ano mais incrível da minha vida. É difícil explicar, mas me sinto forte, bem, saudável e feliz em casa, talvez mais do que antes. Coisas ótimas saíram dessa experiência. Ela me fez perceber o quão preciosa é a vida.”
FONTE: BBC Brasil – 29/12/2016