Saiu o resultado do Prêmio Paratodos de Inclusão Escolar. Com inscrições vindas de Norte a Sul do Brasil, os trabalhos evidenciam o esforço de muitos professores em fazer da inclusão uma realidade nas salas de aula do país. Além disso, os trabalhos confirmam que o processo de inclusão somente se dá de forma genuína quando toda a comunidade está envolvida: dos alunos aos professores; dos funcionários aos familiares. Essa foi a grande lição. Não se pode deixar de destacar também que as escolas públicas concentram a maior parte dos trabalhos e, não à toa, é de dentro delas que saem os projetos vencedores.
A professora Ana Floripes foi a vencedora do Prêmio Paratodos de Inclusão Escolar, com o projeto Identidade X Preconceito, desenvolvido no Colégio Estadual Igléa Grollmann – EFM, localizado em Cianorte (Paraná). No trabalho, a professora relata as estratégias usadas para envolver os alunos do 9o ano com o tema da diversidade. Na turma, já se sabia que havia uma aluna com Transtorno de Conduta e outra com Sindrome de Down, mas, ao longo do ano letivo, a escola precisou se adequar a um estudante com TDAH, dois com dificuldades de aprendizagem, um com déficit de atenção e três alunos com indicativos de altas habilidades na mesma turma. Uma série de ações foram implementadas na turma: de capacitação de professores a apresentação de filmes na escola. Houve ainda iniciativas para provocar a participação da comunidade escolar e das famílias dos alunos. Além disso, discussões ligadas à deficiência apareceram no conteúdo de diversas disciplinas, como matemática, português, educação física e geografia.
Em segundo lugar ficou o projeto “Circuito Mini atletismo Escolar”, de autoria do professor Itair Medeiros. A proposta de Educação Física Inclusiva foi implementada na Escola Municipal Professora Terezinha Souza, em Belém. No circuito, todas as estações estão baseadas nas modalidades de correr, saltar e arremessar do atletismo, mas, ao contrário do que se espera, não possui caráter competitivo: o importante é a participação de todos e a conclusão das tarefas propostas. Foram realizados encontros com toda a comunidade escolar para discutir as questões sobre inclusão, não apenas dos alunos com deficiência, e provocar maior envolvimento de famílias, professores e demais funcionários no entendimento do processo de inclusão na escola.
O trabalho “Educando para a Inclusão – Relato de experiências”, de autoria da professora Adriane Aleixo, de Belo Horizonte, foi o terceiro colocado. O projeto traz a experiência vivenciada com a entrada de um aluno com autismo numa turma de oitavo ano da Escola Municipal Oswaldo Cruz, localizada em Belo Horizonte. Era a primeira vez que a escola recebia um aluno com autismo. A riqueza do projeto está no envolvimento de professores de diversas disciplinas para que o aluno se desenvolvesse juntamente com os demais alunos da turma naquele ano letivo. A atuação dos professores naquele ano pioneiro abre caminhos para a inclusão nos anos posteriores.