Medida só vale para pesquisas científicas e já provocou um amplo debate. Técnica permite cortar e substituir regiões bem específicas do DNA.

Pesquisadores britânicos receberam autorização das autoridades para manipular geneticamente embriões humanos pra pesquisas científicas.
 
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As três vezes foram iguais: Michelle arrumou o quarto, comprou enxoval, seguiu todas as recomendações, mas acabou perdendo o bebê. Só a quarta tentativa fez dela mãe.
 
Michelle, que conheceu a delícia e a dor da gravidez, cobra mais pesquisas sobre aborto espontâneo. A médica Kathy Niakan há dez anos estuda o tema. Explica que, embora seja comum o embrião não sobreviver, pouco se sabe sobre os motivos do aborto.
 
Ela quer resolver os problemas na nossa raiz. O DNA é um complexo de moléculas que carrega todas as informações necessárias para construir um organismo. Hoje, o instituto que regula a fertilização no Reino Unido deu a luz verde. Cientistas agora podem editar lá as características hereditárias do ser humano.
 
A técnica permite cortar e substituir regiões bem específicas do DNA. Essa espécie de tesoura molecular pode contribuir para a cura de doenças hereditárias. Mas também abre espaço para produção de bebês “sob medida”.
 
A cor dos olhos dos filhos, por exemplo, poderia ser escolhida. Alguns cientistas defendem que o DNA jamais deve ser alterado, nem mesmo por razões médicas. Outros, afirmam que a técnica pode ser útil se houver mais testes.
 
Esse “corta e cola” autorizado nesta segunda-feira (1º), não vai ser livre. A aprovação vale apenas para estudos em laboratório com embriões doados por casais em tratamento de fertilidade. As alterações genéticas só podem acontecer na primeira semana do embrião. E ele não pode ser implantado em úteros.
 
Ano passado, os chineses foram pioneiros na edição de DNA. Eles fizeram uma tentativa frustrada para tentar prevenir uma doença sanguínea. Duas das mais respeitadas revistas científicas, a ‘Nature’ e a ‘Science’, se recusaram a publicar os primeiros relatórios do estudo. O que a engenharia genética não modifica é o intenso debate sobre ética.
 
Fonte: g1.globo.com