Através de tecnologias de estímulo elétrico funcional, os pesquisadores desenvolveram a chamada EMA Trike, uma espécie de triciclo adaptado para que pessoas com lesões medulares possam pedalar com as próprias pernas. O equipamento ainda não está disponível para a população, mas o grupo acredita que a exposição na Cybathlon pode atrair a atenção de parceiros interessados no desenvolvimento do dispositivo.

Nosso objetivo final com a competição é levar a tecnologia desenvolvida a pessoas que precisam dela. Além de atrair olhares de possíveis patrocinadores, acreditamos que a Cybathlon seja uma boa oportunidade para mostrar que conseguimos desenvolver tecnologias desse tipo por aqui

George Brindeiro, engenheiro que integra a equipe

EMA CYBATHLON (1)
Multidisciplinar, o grupo é composto por pessoas de diversas áreas, como engenharia e fisioterapia. “Já trabalhávamos com a criação de tecnologias assistivas quando ficamos sabendo do torneio. Foi um estímulo para desenvolvermos o projeto da EMA Trike”, explicou o engenheiro de 28 anos.

A competição, marcada para outubro na Suíça, será realizada entre pessoas com deficiência, que devem correr contra o tempo para realizar tarefas cotidianas auxiliadas por diferentes tecnologias. As categorias são divididas entre interface cérebro-máquina, prótese ativa de braço, prótese ativa de perna, exoesqueleto robótico, cadeira de rodas motorizada e ciclismo com estimulação elétrica. A EMA competirá na última.

Para garantir a classificação, a equipe teve que mandar uma série de formulários e vídeos, provando para o comitê organizador que estava apta a participar. “A gente tinha o Trike pronto e uma programação, que ainda não estava 100%, mas que mostrava potencial. A gente fez vídeos mostrando a questão da segurança do equipamento também”, contou Brindeiro ao Metrópoles.

Vaquinha

EMA CYBATHLON (2)No ano passado, os responsáveis pela Cybathlon organizaram um evento teste – do qual a EMA não conseguiu participar por falta de financiamento. “Para 2016, conseguimos apoio com alguns parceiros e ainda tentamos com outros. Então decidimos recorrer à campanha para divulgar um pouco do nosso trabalho e dar a oportunidade a quem achar bacana e puder ajudar a gente a participar”, explicou Brindeiro.

O grupo já conseguiu recursos para cobrir os gastos com passagens, hospedagem e aluguel de van. No entanto, ainda precisa de ajuda para arcar com os custos da inscrição, alimentação e o transporte da EMA Trike. A meta é arrecadar R$ 21.350. A equipe já conseguiu cerca de 70% do valor necessário.

A Empowering Mobility and Autonomy conta com 16 integrantes, mas, com base nos recursos arrecadados, a ideia é levar apenas quatro deles e um piloto para a Suíça. Os testes para eleger o condutor da EMA Trike ainda estão em andamento. “Temos duas pessoas com potencial muito grande. Todos os candidatos faziam o treinamento com a equipe de fisioterapia e estão acostumados a trabalhar com estímulos elétricos”, finalizou o engenheiro.

Serviço

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Quem quiser ajudar a EMA a participar da Cybathlon pode contribuir através da vaquina on-line criada pelo grupo no site Catarse. Todos os gastos estão detalhados na página.

Fontes:

Facebook EMA

Equipe da UnB faz vaquinha para participar de torneio na Suíça