Chocado ao saber que uma impressora braille pode custar US$ 2.000, impedindo que muitas crianças e adultos cegos leiam braille, um menino de 12 anos utilizou peças de Lego para criar uma opção econômica.

Quando a mãe de Shubham Banerjee vetou sua primeira ideia de projeto para a feira de ciências — um experimento que envolvia luzes coloridas e o crescimento das plantas — dizendo que ele era capaz de fazer melhor, o menino, então com 12 anos, foi forçado a ser criativo.

Na mesma ocasião, Banerjee encontrou um folheto solicitando doações para os cegos. Intrigado, perguntou a seus país como as pessoas cegas aprendiam a ler. Seus ocupados pais lhe indicaram o Google.

“Então, pesquisei no Google: ‘como as pessoas cegas leem’ e descobri braille, impressoras braille, quanto custam”, disse Banerjee, chocado com o fato de uma impressora tradicional custar US$ 2.000. “Estive na Índia algumas vezes e vi pessoas cegas e muita pobreza por toda parte. É muito difícil para elas.”

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Banerjee criou empatia com a questão quando ele e um amigo fecharam os olhos para tentar desbravar o mundo como se fossem cegos. “Não conseguimos andar mais do que cinco segundos sem pensar que havia um poste à nossa frente”, disse.

Ele sabia que deveria haver uma maneira melhor de ajudar os cegos a enxergar. “Eu achei que eles não deveriam pagar mais de US$ 1.000 para ter aquilo que necessitam para se alfabetizar.” Então ele começou a trabalhar para construir uma impressora braille melhor e mais econômica usando um material improvável: Lego Mindstorms EV3.

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Após sete tentativas frustradas para modificar os carros e os mecanismos do Lego para criar os furos necessários para o braille, ele conseguiu um grande avanço. Nasceu o Braigo. Empolgado mas cheio de insegurança, ligou para sua mãe. Eram duas horas da manhã. “Ela ficou furiosa”, disse. “Eu mostrei a impressora funcionando e ela ficou muito feliz.

Depois ela voltou para a cama.” Apesar de dedicar todas as suas férias de verão para construir sua Braigo de US$ 350, Banerjee sabia que a máquina precisava de um “cérebro melhor.” Então, construiu uma segunda versão usando a tecnologia Intel Edison e o código Python.

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“O Edison não custou muito caro e tinha wireless integrado, o que era superimportante,” explicou Banerjee. “Eu precisava que a impressora se comunicasse com facilidade diretamente com o computador.” Banerjee também gostou do tamanho, do desempenho e dos recursos de Bluetooth do Edison.

Quando terminou de juntar as peças, entretanto, a verdadeira recompensa veio de observar outros meninos usarem a impressora. “Henry [Wedler] testou meus dois produtos,” comentou Benerjee.

“Eu imprimi a frase: ‘Olá, meu nome é Shubham’, e ele conseguiu ler perfeitamente. Aquilo era incrível e ver que havia realmente funcionado… foi a melhor das sensações.” Isso também o inspirou a continuar a trabalhar e inovar. “Quando vi os pontos do braille que saiam da impressora, fundei a Braigo Labs, uma empresa dedicada ao desenvolvimento de ‘tecnologias otimizadas com humanidade’ que oferecem soluções econômicas para os problemas mais críticos da vida.”

Nota editorial:

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Fonte: Banerjee constrói impressora Braille aprimorada – Intel iQ BR