Atenção a detalhe e soluções para ganhar tempo no embarque e no desembarque arrancam elogios de atletas do evento-teste

Ônibus acomoda até oito atletas em cadeiras de rodas, mais bancos para os que podem se deslocar  (Foto: Rio 2016/Alex Ferro)
Ônibus acomoda até oito atletas em cadeiras de rodas, mais bancos para os que podem se deslocar (Foto: Rio 2016/Alex Ferro)

 

O Torneio Internacional de Rugby em Cadeira de Rodas, evento-teste para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, é um desafio para os organizadores no quesito transporte com acessibilidade. É importante que o sistema funcione corretamente, especialmente por envolver deslocamento de um grande número de pessoas que usam cadeira de rodas. Três ônibus foram adaptados para receber vários cadeirantes simultaneamente, e rampas para facilitar o embarque foram instaladas em áreas como hotéis e a Arena Carioca 1. Os atletas têm aprovado a operação.

 

“Desde que desembarcamos no aeroporto todos estão cuidando de nós. Tudo está 100% acessível: ônibus, hotel, academia. Parabéns para o Brasil”

David Willsie, da equipe canadense de rugby em cadeira de rodas

José Higino, da seleção brasileira, também elogiou. “Eu posso dizer que esta ideia de colocar rampas nos hotéis e na arena ficou bem bacana porque não se perde o tempo usando o elevador do ônibus. Todo mundo entra de uma vez, fica bem mais rápido”, observou.

Imagem Rio 2016Rampas estão tornando o embarque dos atletas mais ágil (Foto: Rio 2016/Alex Ferro)

 

Acessibilidade aprimorada

Além da criação de rampas de acesso e ônibus adaptados, foi dada atenção a vários detalhes como os depósitos para as cadeiras de rodas das equipes dentro da Arena Carioca 1.  “A gente refinou algumas coisas detectadas no evento de basquetebol em cadeira de rodas. Fizemos adaptações do dia a dia”, explicou Rodrigo Garcia, diretor de Esportes do Comitê Rio 2016. Os elogios, segundo ele, não significam que todos devem se dar por satisfeitos. “Eventos como este são importantes para terminar o planejamento e refinar as nossas operações.”

 

Todas as soluções foram resultado de um trabalho de equipe que está movimentando cerca de 30 pessoas no evento-teste., Entre elas estão Ananias dos Santos e Fernando Dolabella, respectivamente especialista em Transportes e coordenador de Transportes de Equipes Comitê Rio 2016. “No evento-teste estamos usando três ônibus adaptados e um urbano comum”, contou Dolabella. O coordenador explicou que tudo que foi elaborado em termos de acessibilidade nos transportes para os Jogos Rio 2016 teve aval do Comitê Paralímpico Internacional (CPI): “Os projetos iam e voltavam até chegarmos a um denominador comum”.

Imagem Rio 2016Segurança também é um aspecto importante no transporte de atletas Paralímpicos (Foto: Rio 2016/Alex Ferro)

O desafio do tempo

 

O diálogo entre o Comitê Rio 2016 e o CPI levou a boas soluções como a do projeto das rampas de acesso, que deverão ser cerca de 80 nos Jogos Paralímpicos. “A gente fez tudo baseado nos pedidos do Comitê Paralímpico Internacional. Eles pedem até nove graus de inclinação, sendo que nós tínhamos adaptado uma rampa para cinco graus. No fim a gente adotou um meio termo para que todos tivessem a maior comodidade possível”, conta Dolabella.

“Com a rampa, estamos embarcando todos os atletas no ônibus em um minuto e meio, dois minutos. Com o elevador, iríamos levar 20 minutos”

Fernando Dolabella, coordenador de Transportes de Equipes Comitê Rio 2016

O coordenador ressaltou que tempo é um fator importante nos Jogos Paralímpicos. “Se a gente usasse o elevador que existe hoje em dia em veículos para pessoas com deficiência motora, iria levar 20 segundos para embarcar cada atleta. No fim, levaríamos 20 minutos para acomodar todo mundo”, ponderou. “Com esta rampa, que vai ser usada nos Jogos Paralímpicos, a gente vai conseguir atender de forma eficiente o transporte e fazer um serviço 100%”.

Ananias Dos Santos explica que os veículos que estão sendo usados no evento-teste são os mesmos em circulação na rede de transporte urbana do Rio – mas com algumas modificações para que possam receber mais de uma pessoa com dificuldades de locomoção. “Hoje os ônibus têm boxes para oito cadeirantes, mais seis transferíveis (pessoas que usam cadeiras de roda mas têm condições de se deslocar para bancos) e mais nove assentos normais. A gente tem 23 assentos hoje dentro deste carro urbano adaptado, que está atendendo muito bem”, informou.

Fonte: Rio 2016 testa acessibilidade no Torneio Internacional