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Em todo o mundo, cresce o número de #cadeirantes. Não devido a aumentos nos acidentes ou experiências científicas mal sucedidas, mas sim à crescente possibilidade que os cadeirantes adquiriram de manter a própria independência. Avanços na medicina e na urbanização são as chaves para a inclusão, mas ainda há muito que fazer, tanto em relação ao ambiente quanto ao meio interpessoal.

Com a inclusão social dos cadeirantes cada vez mais em voga, é necessário desmistificar alguns conceitos que algumas pessoas têm a esse respeito, eliminando preconceitos e permitindo uma aproximação mais sólida entre cadeirantes e não cadeirantes.

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Os cadeirantes não são incapazes

A mensagem mais batida é justamente a que precisa ser mais bem fixada. Não é necessário oferecer ajuda constante a um cadeirante, a não ser que ele peça. Aqueles que já estão acostumados a usar a cadeira provavelmente têm uma casa adaptada para suas necessidades ou já encontraram meios de contornar as dificuldades do dia a dia. Além disso, por estarem acostumados a chegar a locais sem adaptação, eles irão pedir ajuda quando for necessário.

Com relação a alguém que acabou de se tornar cadeirante, em decorrência de um acidente ou problemas de saúde, ocorrerá um período de adaptação. O ideal normalmente e que esse processo seja sempre acompanhado por um psicólogo, apoio na rede SARAH etc. É necessário que ele tente fazer o que sempre fazia, mesmo que falhe algumas vezes, para que possa se acostumar com sua nova condição e encontrar novas formas de fazê-lo.

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A cadeira é parte do corpo

Não é raro ver alguém que conheça o cadeirante querer se apoiar na cadeira de rodas dele, empurrá-la ou mesmo experimentar sentar nela. Essas ações podem ser terrivelmente incômodas para um cadeirante, pois a cadeira é para ele o que as pernas são para um não cadeirante. Tocar, se apoiar, sentar ou empurrar, apenas com a devida permissão de seu dono, é um ato de sensibilidade e educação.

Mesmo com permissão, é necessário tomar muito cuidado e obedecer às orientações do dono da cadeira de rodas. Essas cadeiras exigem alguns cuidados em sua manutenção, além de serem muitas vezes de lato custo. Então, alguém utilizando uma das cadeiras de rodas como se fossem feitas para corridas causará a redução de sua vida útil, dando ao cadeirante e à sua família um enorme gasto.

Sendo as cadeiras como pernas para eles, imagine-se falando com alguém com pernas muito curtas. Essa pessoa passará a maior parte do tempo olhando para cima, o que é bem desconfortável. O ideal é sentar-se ao conversar com um cadeirante, para que seja possível manter contato visual de forma neutra. Caso não seja possível, apenas não exija que o contato visual seja constante, pois o cadeirante ficará cansado de olhar e com torcicolo se o fizer.

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Comentários e piadinhas

“Ficar sentado sem fazer nada”, “Vamos andando” ou “Pulando de alegria” são comentários que podem soar ofensivos para alguém que está sempre sentado, não consegue andar e nem pular. Não é necessário medir demais as palavras, especialmente com relação a expressões tão cotidianas, mas é bom ter em mente que repetir muito isso pode dar um ar de deboche à conversa. É preciso ter um pouco de tato. Dizer que está caminhando com um cadeirante ou que ele deve “dar um pulo” em algum lugar são coisas que a maioria deles está acostumada a ouvir e tolera como forma de falar. Basta que a pessoa em questão não se sinta ofendida. Contudo, é preciso ter sensibilidade. Se acabar de conhecer uma pessoa com esse tipo de necessidade especial, é de bom tom evitar alguns tipos de expressão. O diálogo, no entanto, é sempre a melhor pedida. Pergunte, ao ter um pouco mais de intimidade, como ele se sente. A partir disso, tudo se tornará mais fácil. (Nós mesmos não ligamos e brincamos muito, mas vai de cada um…)

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Cadeirantes têm vida sexual?

Nem tente negar, pois todo mundo já se perguntou isso em algum momento da vida. E se não se perguntou, deve estar se perguntando agora. De fato, o estado paraplégico ou tetraplégico por si só não prejudica o desempenho sexual. Sendo assim, um cadeirante, homem ou mulher, pode ter uma vida sexual ativa e plena como qualquer pessoa, senão melhor. Caso o estado seja causado por uma doença que afeta o fluxo hormonal, prejudica a circulação do sangue ou que afeta algumas partes do cérebro, pode ser sim que o cadeirante não tenha mais libido, mas isso não tem relação direta com o fato de ele ser um cadeirante.

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Há dúvidas? Que tal perguntar?

Qualquer cadeirante poderá se sentir um pouco cansado de responder, mas outros terão prazer em esclarecer suas dúvidas. Caso você tenha um amigo ou familiar que faz uso da cadeira de rodas, ainda em fase de adaptação, buscar informação é sempre importante. Conversas em fóruns específicos, aqui no Casadaptada, trocar ideias com familiares e amigos mais experientes nesse tipo de situação, serão formas de grande ajuda para o seu dia a dia. O primordial é sempre o respeito e o carinho mútuo, tanto por parte do cadeirante quanto do não cadeirante, para o entendimento de cada um, pois sejam especiais ou não, necessidades todos temos.