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Projeto tem como proposta demonstrar aplicação dos princípios do universal design no mercado brasileiro, com ênfase no conceito da “Casa para a vida toda”
Atendendo aos princípios do universal design, foi lançado no Brasil o primeiro empreendimento habitacional, Universal Home. O projeto é resultado de um cuidadoso processo de planejamento e foi idealizado para proporcionar praticidade, segurança e uso adequado em qualquer fase da vida do usuário, possibilitando ao morador uma vida independente e confortável. Um dos grandes diferenciais do projeto é a adaptabilidade, que permite a transformação dos ambientes sem prejuízo ou comprometimento do espaço. O fundamento do universal design é criar produtos e ambientes que beneficiem a todos e não apenas pessoas portadoras de deficiência e locomoção reduzida (idosos).
Livre de barreiras, acessível e adaptável, o sobrado de 270 metros quadrados, inclui numerosas características universais, já instaladas ou previstas, que permitem uso facilitado de crianças a idosos. O sobrado urbano foi construído com o propósito expresso de ser um protótipo da aplicação das características do universal design, inserido no contexto imobiliário, físico e econômico brasileiro.
A arquiteta Sandra Perito, com mais de 20 anos de experiência, e que vem há mais de cinco estudando e aplicando o conceito universal design em seus projetos, é a responsável pela primeira Universal Home? do Brasil. Com esse lançamento a arquiteta pretendeu despertar a importância da moradia segura, independentemente de faixa etária, nível sócio-econômico, limitações físicas permanentes ou temporária do usuário. “Tenho plena convicção que o mercado brasileiro está pronto para uma mudança de conceito em relação ao projeto habitacional, preparado para adotar um novo modelo que atenda todo tipo de morador, assim como vem ocorrendo em diversas partes do mundo”, diz ela. O conceito já é bastante difundido no Japão, Canadá, Estados Unidos e países da Europa, onde é crescente o número da população com mais de 60 anos.
Esse mesmo motivo deve impulsionar o mercado imobiliário no Brasil. Dados do IBGE apontam que em 2020 15% da população brasileira estará na faixa dos 60 anos, ou seja, serão 25,3 milhões de pessoas. Para a arquiteta, o lançamento da primeira Universal Homeâ do Brasil, que conta com apoio de empresas nacionais e multinacionais, expressa o interesse na mudança.
O brasileiro, em geral, tem poucas oportunidades de adquirir a casa própria e vive nela pelo resto de sua vida, daí a necessidade de pensar em uma “Casa para a vida toda”, explica a autora do projeto. “Trata-se de prever a necessidade de adaptação dos ambientes na fase de projeto, o que impede que o morador seja expulso de sua moradia por conta de sua inadequabilidade, além de permitir ajustes com um custo infinitamente menor do que no pós-construção”, diz Sandra.
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRIMEIRA UNIVERSAL HOME.

Um dos aspectos mais importantes do conceito universal design aplicado à Universal Homeâ é a possibilidade de adequação dos ambientes. O sobrado, localizado em condomínio fechado em Taubaté, segue uma das tipologias de construção apreciada brasileiro.
O piso térreo é totalmente acessível, livre de barreiras. O acesso da rua à casa, que geralmente, é o primeiro obstáculo, foi eliminado com a construção de uma rampa suave, de 6% de inclinação, inclusive com guia rebaixada para pedestres, evitando assim que o morador tenha de usar a rampa da garagem, o que é um grande diferencial da obra.
Embora, os quartos fiquem localizados no pavimento superior, o projeto apresenta infra-estrutura para colocação de um elevador, caso o morador opte por esse benefício, em eventual necessidade. Entretanto, um ambiente no piso térreo, anexo a um banheiro totalmente acessível, permite uso diversificado: como por exemplo uma suíte, no caso de limitação temporária ou permanente de algum morador.
Neste caso, foi prevista a instalação de um lavabo social embaixo da escada. “Na Universal Homeâ existe toda previsão para atender uma eventual necessidade do usuário possibilitando se viver no andar térreo, com total conforto e segurança, caso necessário “, diz Sandra.
Os ambientes, em geral, foram projetados com espaços suficientes para manejo de cadeira de rodas. Por ter uma planta aberta, permite uso confortável com espaços bem definidos, sem restrições visuais ou de mobilidade. Entre os itens que diferenciam o projeto, estão corredores e portas, inclusive as dos banheiros, mais largas, permitindo acesso e manobras de cadeira de rodas, tubulação com previsão de instalação de barras de apoio nos banheiros, ralo descentralizado do chuveiro e registro na entrada do box e não embaixo da queda de água, evitando que a pessoa se queime com a água quente.
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Sensor de presença na escada e corrimão iluminado colaboram com uma circulação vertical segura. Janelas amplas, com peitoris mais baixos, permitem ao morador apreciar a paisagem mesmo sentado ou na cama, rotas de fugas visíveis, com diferenciação de cor da porta principal das demais portas, desníveis de 2 cm em todas as transições entre o exterior e o interior possibilitam uma desocupação sem acidentes numa situação de emergência. Não existem barreiras para o acesso e o uso da casa.
A cozinha, com distribuição triangular da área de trabalho, permite maior funcionalidade tanto para pessoas com limitação de locomoção ou não, instalação da pia com gabinetes removíveis e tampos com variações reguláveis para adaptação à altura do morador, instalação de forno de parede em altura segura para utilização, instalação de fogão tradicional ou de bancada (cooktop), com gabinetes volantes, que podem ser usados como áreas extras de apoio são algumas características do projeto. A despensa anexa evita ainda que se tenha armários altos na cozinha. A lavanderia também se integra ao ambiente, evitando saída da casa para uso.
Fonte : Instituo Brasil acessível
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